paternidade Arquivo - O que você falou? https://oquevocefalou.com.br/tag/paternidade/ Um blog sem licença-paternidade Sun, 16 Apr 2023 02:13:38 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://oquevocefalou.com.br/wp-content/uploads/2019/03/cropped-o_que_voce_falou_favicon-2-32x32.jpg paternidade Arquivo - O que você falou? https://oquevocefalou.com.br/tag/paternidade/ 32 32 Criança quer atenção que nós pais e mães já não damos https://oquevocefalou.com.br/crianca-quer-atencao/ https://oquevocefalou.com.br/crianca-quer-atencao/#respond Sun, 18 Apr 2021 22:12:02 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=9648 Mas que criança que só quer atenção!!! Essa era uma frase negativa que muitos pais e mães diziam (dizem?) quando perdiam a paciência. Quem teve a infância nas décadas de 1970 e 1980 ouviu bastante isso. Mas por que as crianças querem atenção? Será que são mimadas? Ou o mundo hoje é diferente e elas ficaram ...

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Mas que criança que só quer atenção!!! Essa era uma frase negativa que muitos pais e mães diziam (dizem?) quando perdiam a paciência. Quem teve a infância nas décadas de 1970 e 1980 ouviu bastante isso.

Mas por que as crianças querem atenção? Será que são mimadas? Ou o mundo hoje é diferente e elas ficaram por último na fila, atrás dos celulares e tablets, do home office, do estresse da rotina, do desemprego etc.?

Crianças não são bobas. Nunca foram. Por isso, esse é um texto para pensarmos diferente: como nós pais podemos dar ainda mais atenção aos nossos filhos?

Criança quer atenção por vários motivos

Vamos jogar limpo aqui: por mais que você se dedique de corpo e alma aos filhos, os dias são curtos. E quando noite chega, o corpo desaba e a alma só quer sumir.

Você não está sozinho(a). Somos muitos pais e mães na mesma. E não importa se estamos exaustos: nossos filhos querem brincar, contar suas fantasias e receber de nós a interação e o carinho de pais.

Para eles, pais e mães vivem do momento (e não de um dia inteiro). Por isso, esperam que sempre estejamos dispostos e a postos para a paternidade e maternidade. 😉

Criança quer atenção dos pais por diferentes razões:

  • Porque todo ser humano precisa interagir, principalmente na infância para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e de relacionamento.
  • Os pais são sua referência de mundo e com quem podem compartilhar suas ideias, aprendizados e dúvidas sobre as coisas.
  • Exercitarem a criatividade.
  • Se sentirem reconhecidas e acolhidas.
  • Desenvolverem a individualidade à medida que são ouvidas, respeitadas e estimuladas pelo diálogo.
  • Dividirem suas fantasias e sonhos.
  • Enriquecerem sua infância, bem como o crescimento até a adolescência.

Há muitas outras razões pelas quais nossos filhos precisam de atenção. Principalmente porque até nós adultos temos dificuldade em conseguir que nos escutem de verdade – imagine as crianças…

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A importância de ver e escutar as nossas crianças

A dedicação aos filhos é o mínimo que devemos garantir na maternidade e paternidade, apesar do cansaço e das distrações da rotina. Por isso, ver e escutar os pequenos precisa ser um compromisso pessoal de cada pai e mãe.

Até porque a ciência já observou efeitos positivos para a infância e a formação do caráter. Um estudo de pesquisadores do Departamento de Psiquiatria da Harvard Medical School, por exemplo, mostrou que a prática de “Ah, deixa ele(a) chorar” (em vez de dar atenção) não funciona.

Em vez disso, ela pode ajudar a criança a se tornar um(a) adulto(a) mais suscetível ao estresse. Isso porque a proximidade do pais, o consolo quando a criança pede atenção e o maior relacionamento fazem toda a diferença para o desenvolvimento na infância e adolescência.

“Nós enfatizamos tanto a independência que está havendo muito efeitos colaterais negativos.”

Patrice M. Miller, pesquisadora do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Harvard

Possíveis sinais de que as crianças precisam de mais atenção

Com a vida mais dentro casa e o afastamento da rotina escolar, muitas crianças estão demonstrando que para elas também não está sendo fácil.

E se observarmos um pouco mais os nossos filhos, talvez consigamos perceber alguns sinais de que eles estão pedindo mais atenção, mesmo que inconscientemente.

  • Regressão e apego além do normal.
  • Mau comportamento fora do comum (justamente para serem o foco).
  • Limites cruzados com frequência.
  • Não, não, não a tudo (e com contundência).
  • Reclamações diretas de ausência paterna e materna das brincadeiras.

A maneira como os pequenos podem demonstrar que se sentem de lado são incontáveis. Por isso, o ideal é usarmos ainda mais a nossa sensibilidade e empatia para tentar perceber. Apesar, claro, do cansaço e da agitação da rotina familiar.

“Em vez de repreendê-los pelo que estão fazendo de errado, queremos perceber as crianças fazendo o certo. É uma mudança simples, mas que vai contra séculos de normas parentais e requer alguma prática antes de se tornar um hábito.”

Texto do Child Mind Institute

Como dar mais atenção aos filhos afinal?

Bem, quem sou eu para dizer o que você deve ou não fazer. Aqui, o que deve prevalecer é o bom-senso, afinal quem é pai e mãe fica escolado nesse ponto.

Em todo caso, tentei encontrar algumas referências de boas práticas para você dar mais atenção aos pequenos.

Philip Fisher, diretor do Centro de Neurociência Translacional da Universidade de Oregon (EUA), que estuda como interromper a rotina de trabalho em casa pode beneficiar os filhos, cita algumas ações básicas:

  • Criar uma rotina familiar,
  • Pais devem cuidar da própria saúde,
  • Dar pausa no home office para estar com os filhos,
  • Atender os pequenos o mais rápido possível, mesmo se parecer algo simples.

Por sua vez, Kate Baltrotsky, mãe e escritora, compartilha algumas dicas no texto Quanto realmente precisamos para brincar com nossos filhos?, publicado no Huffpost:

  • As crianças não precisam se divertir 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas você deve incluí-las,
  • Use brincadeiras divertidas para mais risadas revigorantes,
  • Tente perceber sinais de que eles precisam de diversão,
  • Defina outras distrações, se possível,
  • Dê a si mesmo um limite de tempo, para evitar o esgotamento,
  • Não transforme o tempo de brincadeira em algo educacional,
  • Tente se atentar à diferença entre atenção e estar presente,
  • Sua cota de contato físico precisa ser recarregada regularmente,
  • Defina um limite de amor quando a hora de brincar acabar ou ficar muito louca.

Você decide como ter mais tempo com os filhos

Não existe lista que te diga como passar mais tempo com as crianças. Elas até podem ajudar como referência – e se a criatividade estiver em baixa -, mas só você pode de fato escolher como fazer isso.

Com a vida majoritariamente em casa, a boa relação entre pais e filhos é ainda mais indispensável. Afinal, as crianças estudam de casa e nós pais trabalhamos de home office (pelo menos quem tem esse privilégio).

O fato é: o carinho e a capacidade de dialogar com as crianças são o primeiro caminho para todo pai ou mãe descobrir como aproveitar melhor o tempo com os filhos.

Tempo de qualidade com os filhos

De volta ao tema desse post, por que será que muitas crianças parecem precisar de mais atenção do que o nós achamos que seria o normal?

Criança quer atenção porque talvez já não veja tanta qualidade em nós pais e mães. Ou seja, no tempo que estamos passando junto com elas.

Você já parou para pensar nessa possibilidade? Porque, convenhamos, ela é bastante grande. Veja essa pesquisa:

Pesquisa da Universidade da Califórnia, em Irvine, revela que em 11 países (de 12) os pais passam mais tempo com seus filhos do que no passado.

Ou seja, conseguimos conquistar mais tempo com os filhos nos últimos anos. O desafio agora é saber se o estamos aproveitando bem, ou seja, se estamos fazendo valer.

E talvez o pedido de atenção dos nossos pequenos, que pode parecer exagerado em algumas situações, seja uma indicação de que, na verdade, estamos apenas jogando tempo fora.

Qualidade é diferente da quantidade de horas com as crianças

Sim, esse é um clichê dos mais batidos. Mas não deixa de ser também uma grande verdade.

O que precisamos desenvolver como pais é a capacidade de nos entregar ao momento. As crianças são craques nisso: elas simplesmente se divertem ou choram, sem pensar no antes ou depois.

E aí, apesar de os filhos estarem bem à nossa frente querendo brincar, na verdade só estamos ali de corpo. E tempo com os pais é justamente uma das necessidades mais básicas da criança – e nossa também se pararmos para pensar.

Criança quer atenção, não chamar a atenção

Pais que ficam demais no celular, por exemplo, não só deixam de dar atenção aos filhos, mas também estão mais propensos a tomar bronca deles.

Ou seja, a criança que quer atenção acabando chamando a atenção dos pais. Tudo errado.

Ela pode chegar a esse extremo porque adultos hoje não desapegam das telas, vivem em redes sociais, trabalham mais do que deveriam, ficam cansados a maior parte do tempo etc.

Por isso, a alternativa que sobra aos pequenos é chamar atenção como um quase desabafo para serem atendidos.

Mudar a rotina em família pode ser uma saída

Mas como podemos tentar mudar isso? Com a vida cada vez mais dentro de casa, a dinâmica entre pais e filhos está resumida, em grande parte, a:

  • Os pais dizem a todo o momento o que os filhos devem fazer (banho, trocar de roupa, comer etc.).
  • Os filhos dizem a todo momento o que querem fazer com os pais (brincar, ler histórias etc.).

Ou seja, a rotina familiar tem hoje muitos momentos em que pais e filhos estão esperando alguma coisa um do outro. Fica sempre essa expectativa de que todos estão devendo atenção a todos.

O tempo de qualidade, portanto, é aquele em que devemos tentar esquecer as “obrigações” da rotina. E somente viver o momento com a intensidade do momento.

Alguns exemplos de como romper com essa rotina em casa:

  • Ir a uma praça com os filhos (todos devidamente protegidos, claro).
  • Tomar sorvete sem se preocupar com o açúcar ou a lambança.
  • Brincar de coisas novas, mesmo as mais simples.
  • Parar tudo (limpeza, arrumação etc.) por algumas horas e só se divertir.

O poder da atenção positiva

Em geral, dizemos aos filhos o que eles não devem fazer. Em resposta, eles repetem a atitude para nos testar, o que é natural no desenvolvimento infantil. Mas há uma alternativa para não ficarmos nesse cabo de guerra.

Ela se chama atenção positiva, ou seja, o hábito de dar mais valor às iniciativas boas dos filhos. E, mais do que isso, sermos mais claros em reconhecer suas iniciativas louváveis.

Funciona assim: em vez de só dizer “Muito bem!”, tente falar “Adorei o jeito como você ajudou o seu irmão a montar aquela peça do quebra-cabeça”.

Dessa maneira, os filhos percebem que estamos atentos também ao que fazem de bem – e não apenas ao que erram ou transgridem.

Essa é a atenção positiva, uma boa prática a mais para a paternidade.

Chega dessa dinâmica de looping infinito. Criança quer atenção. Ponto

Se a criança quer atenção, o melhor é parar, olhar nos seus olhos e dar a atenção que ela pede ao menos para entender o que acontece.

Assim, nós seremos mais completos (e preenchidos) como pais e mães. Por sua vez, os pequenos sentirão que não precisam quase implorar por um melhor lugar na fila.

Eles automaticamente estarão à frente dos celulares e tablets, do home office, do estresse da rotina, do desemprego etc.

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Ser pai na pandemia https://oquevocefalou.com.br/ser-pai-na-pandemia/ https://oquevocefalou.com.br/ser-pai-na-pandemia/#respond Mon, 01 Feb 2021 23:34:17 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=9433 Ser pai na pandemia pode ser uma oportunidade ou um desperdício da paternidade. Depende das escolhas que fizermos enquanto durar este momento esquisito da humanidade. Se escolhemos tirar proveito da situação, curtindo mais de perto os nossos filhos, então talvez seja a maior oportunidade das nossas vidas em muito tempo. Mas se decidimos encarar como ...

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Ser pai na pandemia pode ser uma oportunidade ou um desperdício da paternidade. Depende das escolhas que fizermos enquanto durar este momento esquisito da humanidade.

Se escolhemos tirar proveito da situação, curtindo mais de perto os nossos filhos, então talvez seja a maior oportunidade das nossas vidas em muito tempo.

Mas se decidimos encarar como um problema, aí é desperdiçar as chances de transformar a relação com os filhos para melhor.

Esse post é a uma tentativa de ver a coisa toda pelo lado positivo. E de desvendar quais podem ser as vantagens que o “novo normal” traz para nós pais.

A oportunidade de ser pai na pandemia

Responda sinceramente: tirando as mudanças práticas no dia a dia, como o home office e a vida mais enfurnados em casa, o que mais mudou no seu papel de pai?

De ruim, talvez só as coisas práticas, como o cansaço, a impaciência e a divisão de tempo menos clara entre o cuidado dos pequenos, a relação a dois e a rotina da casa.

Mas, na essência, nada deveria ser diferente. Afinal, seus filhos são os mesmos de sempre e o seu amor por eles continua igual, certo?

Ou seja, ninguém espera mais do que o que você já deveria ser: um pai dedicado. 😉

Por isso, ser pai na pandemia é mais do mesmo. E a boa notícia é que dá para tirar proveito, apesar dos pesares. 

Não tem receita de bolo para ser pai na pandemia

O tal “novo normal” trouxe mais intensidade a tudo, mesmo para as coisas mais banais, como comprar comida.

E isso é verdade também nas relações humanas, afinal estamos muito próximos (dentro de casa) e distantes ao mesmo tempo (videochamadas).

Uma maluquice sem tamanho, mas a maluquice que tem para hoje. O relacionamento com os filhos entra nessa conta.

Ou seja, o que já não tinha receita (ser pai), agora está ainda mais incerto (ser pai na pandemia).

O mundo está de pernas para o ar, girando no espaço e com a gente dentro.

Por isso, a paternidade também está mexida e tentando se encontrar em meio à nova realidade.

É certo que já deu para aprender alguma coisa: a arrumação perfeita da casa pode esperar; as crianças adoram ter os pais mais em casa; o trabalho parece não ter mais ponto; etc.

E esse aprendizado de quase um ano desde que a pandemia começou ajuda agora a vitaminar a paternidade.

Uma rotina familiar redonda

Um primeiro passo para aproveitar melhor a paternidade nesse momento é ter uma rotina minimamente definida. Já que passamos mais tempo em casa, com mais ansiedade, ter uma organização faz toda a diferença.

Alguns exemplos de rotina familiar são:

  • Combinar entre todos os horários da casa (refeições, banhos, hora de dormir, estudos etc.);
  • Divisão clara de tarefas (pôr e tirar a mesa das refeições, recolher o lixo, arrumar os brinquedos etc.);
  • Hora de brincar mais clara para os pequenos;
  • Tempo para exercícios (e gastar energia);
  • Definição de momentos coletivos (comidas, contar histórias, brincadeiras etc.)

Com uma rotina familiar bem definida, os pequenos têm mais facilidade de entender as coisas e nós podemos aproveitar melhor o tempo com eles.

Uma dedicação de verdade aos filhos

A dedicação aos filhos é talvez o calcanhar de Aquiles desse desafio de ser pai na pandemia.

Afinal, agora estamos mais unidos fisicamente e isso precisa se refletir de verdade em uma maior intensidade no relacionamento com os filhos.

De nada adianta não ter mais que perder horas no trânsito se você não consegue desligar o computador (ou a cabeça) depois do expediente. Sim, é certo que parece fácil dizer, mas devemos prestar atenção a esses pontos.

Com os pais em casa, as crianças esperam mais porque elas nunca tiveram essa oportunidade. Por isso, precisamos tentar realmente aproveitar o que o confinamento pode proporcionar.

Precisamos nos fazer algumas perguntas:

  • Dei mais qualidade à minha paternidade desde o início dessa crise global?
  • Já consigo conciliar melhor o tempo de trabalho com o da família?
  • Os pequenos se sentem mais acolhidos?
  • As crianças se sentem estimuladas, apesar das mudanças na rotina?

Essas são algumas das reflexões que todo pai deveria se fazer para revisar a dedicação aos filhos.

Porque temos uma ótima oportunidade de tirar proveito do momento, ou seja, melhorar a paternidade.

Home-office sem estresse

O trabalho em casa é um dos motivos mais citados por pais e mães que têm dificuldade para dar atenção aos filhos desde de que a crise começou.

E as notícias refletem isso:

Procura por babás aumenta 30% durante a pandemia

Sem escola, mais de 1,5 milhão de crianças estão em casa há 9 meses em SP

Também nesse caso é possível ver a situação de maneira positiva.

O home-office é intenso, cansativo e intrometido. Afinal, ele não respeita horários em vários momentos do dia e pode atrapalhar muito a rotina da família.

Não são raros casos de pessoas que passam manhãs e tardes inteiras passando da videoconferência para videoconferência por causa do trabalho remoto. E isso impacta na paternidade e na maternidade, claro.

Por isso, é importante também tentar colocar em prática melhores hábitos do home-office:

  • Ter instantes de descanso entre as reuniões;
  • Fechar a câmera para se alongar ou mesmo caminhar enquanto participa das videoconferências;
  • Cuidar da ergonomia (cadeira ideal, mesa apropriada e iluminação adequada, por exemplo);
  • Não se irritar com as interrupções dos pequenos;
  • Respeitar os horários de começo, almoço e fim do expediente;
  • Todo mundo sabe que não é fácil colocar tudo em prática.

O ideal é tentar encontrar o melhor equilíbrio para o trabalho remoto não ser o grande vilão da sua rotina familiar.

Essa mamata vai acabar

Como assim mamata? Desde quando ser pai na pandemia é uma mamata?

Não é, mas ter a oportunidade de estar efetivamente mais próximo dos filhos é, sim, uma novidade que não deve ser desperdiçada.

É muito provável que o mundo se recupere neste ano ou no próximo. As velhas ideias de todos trabalhando no escritório, tendo que se deslocar para isso, podem voltar. E, com elas, a rotina manjada de antes, em que estar juntos era mais difícil.

Agora que já foi possível aprender a viver mais em casa, trabalhar de casa e cuidar dos filhos em meio a tudo isso… Por que então abrir mão?

A melhor relação entre pais e filhos, o desenvolvimento das crianças mais conectado aos pais e a paternidade com home office são realidades agora.

E se custou tanto a aprender nos últimos meses, então melhor aperfeiçoar em vez de abrir mão, certo?

E sem esquecer: são os filhos que agradecem. 😉

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Como ter conversas difíceis com filhos? Vejamos… https://oquevocefalou.com.br/conversas-dificeis-com-filhos/ https://oquevocefalou.com.br/conversas-dificeis-com-filhos/#respond Sat, 24 Oct 2020 03:40:35 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=9262 Você vai morrer, papai? Você gosta mais de mim ou do meu irmão? Quem é deus? Essas são algumas das conversas difíceis com filhos pequenos que podemos ter. E, como você pai, mãe ou cuidador(a), tento falar com os pequenos sobre esses e outros temas da melhor maneira possível. Afinal, eu não tenho formação em ...

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Você vai morrer, papai? Você gosta mais de mim ou do meu irmão? Quem é deus? Essas são algumas das conversas difíceis com filhos pequenos que podemos ter. E, como você pai, mãe ou cuidador(a), tento falar com os pequenos sobre esses e outros temas da melhor maneira possível. Afinal, eu não tenho formação em pedagogia ou psicologia, por exemplo.

O texto que você vai ler é muito pessoal, sem técnica ou palavras acadêmicas. Por isso, minha sugestão é que visite sites de entidades se estiver procurando por informação de especialistas.

Mas se quiser ver como faço com meus pequenos de 2 e 7 anos, é muito bem-vindo(a). Você vai encontrar 14 possíveis respostas MINHAS para perguntas delicadas feitas aos pais com certa frequência. E poderá refletir se elas te ajudam na hora de conversar com os seus filhos sobre os temas cabeludos.

Por que ter conversas difíceis com filhos é tão importante?

As conversas difíceis com filhos são indispensáveis para o desenvolvimento das crianças na infância, uma vez que estimulam o raciocínio, a interpretação dos sentimentos e a capacidade de expressá-los aos pais.

Ora, vamos pensar juntos aqui. Você gosta de condescendência no trabalho ou na relação a dois? Não, verdade? Se faz uma pergunta, por mais delicada que seja, espera conseguir uma resposta coerente e sincera, correto?

Pois, por que então dar menos do que isso para os seus próprios filhos? O mínimo que devemos fazer quando um filho decide fazer perguntas ao pai e à mãe é responder com o coração.

Dicas básicas de como contar algo difícil para a molecada

  • Tente pensar duas vezes antes de falar.
  • Olhe nos olhos, e se possível na mesma altura deles.
  • Fale de forma simples.
  • Procure se colocar na perspectiva do seu(ua) filho(a).
  • E tente transformar ideias e sentimentos em referências concretas para eles.

Também precisamos dilapidar as respostas por causa dos assuntos e das idades. Afinal, o desenvolvimento das crianças na infância tem suas etapas. Assim como o conhecimento, que precisa engatinhar para só depois sair por aí andando por conta própria.

Nós adultos devemos, sim, ter conversas difíceis com filhos. Sem isso, como podemos pretender construir uma boa relação entre pais e filhos?

14 conversas difíceis com filhos (e algumas respostas)

  1. Por que vocês não me respeitam?
  2. Você gosta mais de mim ou do meu irmão?
  3. Você e a mamãe brigaram, mas o que aconteceu?
  4. Por que você não é tão legal quanto a mamãe?
  5. Você é um mau pai por quê?
  6. Me deixa sozinho(a) agora?!
  7. Eu não quero ir. Posso ficar em casa?
  8. Papai, eu sou menino. Posso passar o batom da mamãe?
  9. Você é gay?
  10. Homens podem gostar de homens e mulheres de mulheres?
  11. Quem é deus?
  12. Você vai morrer um dia?
  13. O universo vai acabar?
  14. O que é morrer? E o que acontece?

Por que vocês não me respeitam?

Essa talvez seja uma das conversas difíceis com filhos mais reveladora. Afinal, as crianças são muito sinceras por mais que estejam aprendendo a lidar com os sentimentos. Uma pergunta como essa pode até ser uma exageração, mas sempre terá um fundo de verdade.

Já ouvi muitas vezes do Artur, nosso primeiro de 7 anos, que somos chatos, que não o deixamos quieto, que ele não quer fazer nada… Faz parte da infância e da paternidade e maternidade. Mas sempre que ele diz coisas do tipo, tentamos aqui em casa pensar nos motivos. E procuramos dialogar.

“Eu gostaria de entender por qual motivo eu não estou te respeitando. Foi alguma coisa que eu pedi para você fazer ou foi alguma coisa que eu disse? Você me contar melhor essa história para eu ver como posso mudar para você não achar mais que não te respeito?”

Sinceramente, ninguém tem o papo cabeludo perfeito com a molecada porque ele não existe. Mas podemos exercitar, como pais e mães, a nossa capacidade de ajudar os pequenos a se expressarem.

Apenas assim eles têm a chance de serem de fato ouvidos. Bem olhos nos olhos!

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Você gosta mais de mim ou do meu irmão?

Óleo na pista, e todo cuidado é pouco nessa que é outra das conversas difíceis com filhos.

Já disse aqui no blog que sou filho único, motivo pelo qual nunca entendi bem a dinâmica entre irmãos. Mas deu no que deu: hoje, sou pai de dois meninos. Justamente por isso terei que lidar com essa dúvida existencial.

De novo, a transparência deve ser o peso e a medida. Porém, sabemos todos que um pai ou mãe com alguma preferência dificilmente externará essa condição. No meu caso, não tenho de momento esse problema.

“Eu não me sinto sendo um pai para você e outro para o seu irmão. Até porque daria muito trabalho essa vida dupla, como a dos super-heróis. 😉 O que tento te dizer é que não sinto mais ou menos por cada um de vocês. E se um dia acontecer de algo de ruim entre mim e um de vocês, terei então que descobrir como isso afetará ou não os meus sentimentos”.

Você e mamãe brigaram, mas o que aconteceu?

Essa talvez seja uma das conversas difíceis com filhos mais delicadas de ter. Porque ela é resultado de abalos sísmicos na relação a dois que fazem tremer o chão dos filhos.

Um casal que briga ao ponto de os pequenos fazerem esse questionamento aos pais não está bem, razão pela qual tem o desafio adicional de situar os pequenos.

Nesse caso, minha reposta é mais ou menos assim:

“Sim, nós discutimos, o que é diferente de brigar. As brigas acontecem quando duas pessoas se machucam fisicamente. Por isso, no nosso caso, eu e a mamãe estávamos conversando. Quando conversam, os adultos não pensam as mesmas coisas muitas vezes. Isso é natural entre as pessoas porque é uma discussão, não uma briga. E vamos ficar mais atentos para que você não precise escutar essas conversas chatas de adultos. Desculpe.”

Por que você não é tão legal quanto a mamãe?

Ah, há milhões de razões para isso acontecer. rsrsrsr Mas é uma pergunta muito reveladora porque denota a capacidade das crianças de verbalizar percepções. Além disso, põe em evidência o fato de as relações humanas não serem idênticas.

Eu posso amar meus pequenos como a mãe deles faz. Só não tenho o direito de supor que esse amor será recebido da mesma maneira. Quando se trata de pessoas, nada é garantido. E tudo bem, sem crise. Por isso, eu direi o seguinte:

“Antes de eu responder, gostaria de entender melhor primeiro por qual razão você acha isso. Pode me dizer o que o seu coração está sentindo?”

Sinceramente, um dos erros mais recorrentes de nós pais e mães é achar que devemos ter sempre as respostas. E muitas vezes nem ouvimos antes. No entanto, crianças são ótimas em tirar boas conclusões também.

Para mim, a melhor solução para esse papo difícil com os filhos é pedir para eles falarem dos sentimentos. Ou seja, ouvir antes de tirar conclusões.

Você é um mau pai por quê?

Essa pergunta é uma derivação da anterior, mas piorada. Nesse caso, o(a) filho(a) demonstra estar mais consciente dos seus sentimentos. Ou seja, acha que não é uma questão de o pai ser mais ou menos do que a mãe, mas de ser ruim mesmo.

Por isso, nesse caso eu tentarei não só ouvir, mas pedir desculpas de cara. Mais ou menos assim:

“Eu sinto muito por você ter impressões que te levam a sentir que sou um mau pai. Mesmo porque isso deve incomodar o seu coração, além de pesar no peito. Por isso, quero entender melhor o motivo de achar isso de mim. Você consegue e quer contar?”

Essa talvez seja a minha abordagem quando esse dia chegar. E realmente tentarei ser ouvinte e sincero para ver se juntos, meu(s) filho(s) e eu, conseguiremos chegar a um porto seguro.

Me deixa sozinho(a) agora?!

Isso é um pedido, e não uma dúvida. E se é um pedido de privacidade da criança, precisa ser respeitado. Mas como pais e mães, podemos tentar entender os motivos que levam a essa vontade de privacidade dos filhos.

Eu lido mais ou menos assim:

“Sim, eu te deixo sozinho. Mas, antes, gostaria de entender o motivo, você pode contar para mim? Tem alguma coisa ou alguém te chateando para você querer ficar sozinho(a)?”

E tudo bem se os filhos não quiserem se abrir no exato momento dessa pergunta. Até porque eles ainda estão aprendendo a lidar com os sentimentos na infância. Por isso, perguntas complicadas aos pais são tão naturais.

O certo é que em algum momento, pode ser horas depois ou no dia seguinte, eles conseguirão dar uma resposta mais elaborada.

Eu não quero ir. Posso ficar em casa?

Um dos maiores desafios da paternidade é o de nos colocarmos no lugar das crianças. Porque nossa tendência é querer fazê-los entender, sem escutar sua versão. Dessa maneira, podemos muitas vezes atropelar desejos e sentimentos, sem ter boas conversas difíceis com os filhos.

Isso acontece, por exemplo, quando tudo está pronto para um passeio programado e os filhos pedem para não sair no último momento. A atitude pode parecer birra ou afronta, mas e se for mais do que isso, ou seja, um desejo sincero?

Nessas situações, uma conversa poderia seguir assim:

“Querido(a), você consegue me explicar o motivo de querer ficar em casa? Lembra que a gente queria muito fazer esse passeio? Por isso, o papai está aqui para tentar entender. Agora, se nós não sairmos agora vamos perder a hora. Você pode me dizer o que está acontecendo?”

Papai, eu sou menino. Posso passar o batom da mamãe?

Se todas as conversas difíceis com filhos fossem fáceis como essa… Convenhamos, nosso tempo já não deveria permitir polêmicas desse tipo entre pais e filhos. Embora, claro, precisemos superar muitas bobeiras ainda na sociedade…

Uma resposta muito aberta, atual e fácil de entender seria:

“Lógico que pode. Primeiro, vamos perguntar para a mamãe se ela empresta para a gente. E se ela emprestar, a gente passa juntos para ver como ficamos. 😉 Agora, só uma coisa: crianças não precisam de batom ou de maquiagem. Então, a gente vê como fica, mas depois devolve. Pode ser?”

A infância é uma curiosidade sem fim. Além disso, o desenvolvimento da identidade de gênero é um processo. As crianças podem não se identificar com o seu sexo biológico (genital com a qual nascem), desconforto chamando pelos especialistas de disforia de identidade de gênero. Por que então limitar isso por causa de preconceitos ultrapassados?

Até porque não é um batom ou outra coisa que vai definir a orientação sexual ou a identidade de gênero dos nossos filhos.

Você é gay?

Sou o típico brasileiro privilegiado: branco e heterossexual. Portanto, não tenho lugar de fala para responder como um pai homossexual responderia.

Mas posso fazê-lo, sim, da perspectiva de uma figura paterna de uma relação convencional segundo os esteriótipos sociais.

Nesse caso, minha resposta seria:

“Não, meninos. Não sou gay. E, se fosse, o melhor jeito de dizer seria homossexual. Mas não é isso o que importa. Por mais que digam o contrário, eu ou sua mãe poderia sentir a vontade não ficar mais junto e viver com uma outra pessoa do mesmo gênero. O que não mudaria o nosso amor por vocês. Quando gostamos de alguém, o que importa é esse alguém, e não se é menino ou menina, por exemplo.”

Esse seria o início da minha conversa, que obviamente exigiria toda uma contextualização. Afinal, uma coisa é o que dialogamos em casa, outra, o que se discute fora dela.

E para nos ajudar a todos nesses papos com os filhos, deixo aqui o link para o Manual de Comunicação LGBTI+, da Aliança Nacional LGBTI e da Rede GayLatino.

Homens podem gostar de homens e mulheres de mulheres?

Sim, e que sejam muito felizes.

Essa é a minha resposta muito direta para essa pergunta muito fácil de responder.

Ponto.

Aliás, essa questão só está aqui porque para muitos pais ainda representa uma das conversas difíceis com filhos. Mas não deveria.

Quem é deus?

Eu talvez não seja o pai mais indicado para responder essa. Pelo menos, não em um país em que 50% dos brasileiros dizem ser católicos, enquanto 31% se consideram evangélicos e apenas 10% não têm religião. Isso, segundo pesquisa do Datafolha.

A primeira coisa que meus filhos precisam saber é: eu sou ateu. Atire a primeira pedra se quiser, mas, até onde eu sei, ainda tenho esse direito, apesar do Brasil de hoje.

Portanto, minha reposta a essa pergunta difícil dos filhos seria:

“Para muitas pessoas, deus é um ser muito poderoso que consegue estar em todos os lugares, saber de tudo e ver e escutar tudo. Eu não acredito nisso, meninos, porque acho que ninguém tem essa capacidade. E até teria pena de quem pudesse viver assim. Agora, isso é o papai pensa, embora não seja o que vocês precisam pensar. Muitas pessoas, por exemplo, acreditam em religiões e se sentem melhor por terem um deus em suas vidas.”

Ou seja, não é um tema fácil para explicar à molecada. Mesmo assim, penso que a base tem que ser a transparência. Por isso, se você é religioso(a), tudo bem compartilhar isso. Para muitos pais, é preciso ensinar religião para os filhos.

No entanto, use a sinceridade para dizer que a sua religião não é a única entre outros credos. E que inclusive há pessoas que não acreditam em deuses. 😉

Você vai morrer um dia?

A vida é realmente caprichosa, uma vez que nos proporciona maravilhas, como os filhos, mas com data de validade. A nossa despedida de tudo é coisa certa, além do fato de que ninguém nos diz quando isso acontecerá.

Se isso já é grande demais para a nossas cabeças, imagine então para as dos nossos filhos. Por isso, é muito natural eles quererem saber se os pais, que deveriam ser heróis invencíveis, vão morrer. A minha resposta, nesses tipos de conversas difíceis com os filhos, é:

“O papai e a mamãe não são invencíveis. Nós temos muito poderes, somos capazes de muitas coisas, mas não conseguimos parar o tempo. E ele passa muito rápido, principalmente quando a gente se diverte. Daqui a alguns anos, por exemplo, eu a mamãe ficaremos como o vovô e a vovó, de cabelinhos brancos. E vai chegar uma hora em que precisaremos descansar de verdade. Mas antes de isso acontecer, que tal a gente brincar?”

Claro que devemos explicar que podemos morrer antes mesmo de ficarmos idosos. Porém, o ideal é falar uma coisa de cada vez sobre vida e morte para não confundir a molecada.

O universo vai acabar?

O Artur já me perguntou essa, e não gostou muito da resposta. Afinal, também aqui precisamos ser sinceros, assim como em outras questões. Quando penso na cabecinha de uma crianças, tão cheia de sonhos, ouvir sobre as maluquices do nosso universo não deve mesmo ser fácil.

A cosmóloga Katie Mack até disse recentemente, à BBC News, que “é libertador saber como o universo vai acabar“. Ela não pode cravar, na verdade, como isso acontecerá, mas tem uma grande suspeita: a inflação cósmica. Ou seja, a expansão continuada do universo levará ao esfriamento de tudo e à sua possível “morte”.

Por isso, eu digo o seguinte a essa dúvida (até com palavras difíceis para enriquecer o vocabulário da molecada) 😃:

“O universo é infinito, mas não sabemos se é perene. Alguns cientistas acham que ele vai, sim, acabar. Quando isso vai acontecer, no entanto, é ainda mais difícil de prever. A aposta dos cientistas é de que deve ser somente daqui a MUITOS anos. Até lá, que tal a gente brincar lá fora?”

O que é morrer? E o que acontece?

Outra das conversas difíceis com filhos. Principalmente porque tentamos não falar da morte na nossa sociedade, o que é um equívoco. No México, por exemplo, o Dia dos Mortos demonstra como a relação com esse tema pode ser bem diferente. Aqui, a ideia de desaparecer e de deixar a todos incomoda muita gente.

Uma pesquisa solicitada pelo Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep) e realizada pelo Studio Ideias mostrou que 73% dos entrevistados consideram esse assunto um tabu.

Imagine então conversar com os filhos sobre a morte… Em todo caso, a minha resposta será essa:

“Veja, a morte é um processo da vida. Uma flor, por exemplo, nasce da semente, brota, mostra toda a sua beleza… E depois precisa descansar. A mesma coisa acontece com outras espécies na natureza. A morte, portanto, faz parte da vida. Agora, ninguém sabe exatamente o que acontece. Aliás, essa é uma ótima pergunta a gente fazer quando encontrarmos um cientista. O que acha?”

Esse é realmente um assunto bem desafiador para ter com os pequenos.

Pode ser um bom início de conversa para acalmar e também não pressionar os filhos.

Agora, pense nos filhos: como contar algo difícil para os pais?

Falamos até agora de como podemos ter conversas difíceis com as crianças. Mas e se eles pensarem o seguinte: como contar algo difícil para os pais?

Nesses casos, o nosso papel é simples:

Precisamos escutar os filhos, em vez de só falar.

E essa pode não ser a tarefa mais fácil da parternidade e da maternidade. Afinal, como adultos, estamos acostumados a só despejar palavras de ordem nas crianças.

Mas quando elas se perguntam “como contar algo difícil para os pais”, aí não tem jeito. Nossas melhores escolhas, nesses casos, são:

  • Abrir o coração;
  • Largar os preconceitos no momento;
  • Escutar ativamente;
  • E acolher.

E só depois disso botamos a cabeça para funcionar e continuar fazendo boas escolhas como pais e mães para transmitir segurança aos filhos. 😉

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Qual o significado de ser pai hoje? https://oquevocefalou.com.br/significado-de-ser-pai/ https://oquevocefalou.com.br/significado-de-ser-pai/#respond Sun, 11 Oct 2020 16:47:50 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=8748 Duas dúvidas latentes da paternidade, que nunca descansam, são estas: qual é o significado de ser pai? O que é ser pai? Faça chuva ou faça sol, essas perguntas ficam na cabeça de pais minimamente comprometidos. Mas responda rápido: você é um pai comprometido? Se disser que não, talvez queira aproveitar melhor o seu tempo ...

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Duas dúvidas latentes da paternidade, que nunca descansam, são estas: qual é o significado de ser pai? O que é ser pai? Faça chuva ou faça sol, essas perguntas ficam na cabeça de pais minimamente comprometidos.

Mas responda rápido: você é um pai comprometido? Se disser que não, talvez queira aproveitar melhor o seu tempo em vez de continuar a leitura. Agora, se responder que sim, que se considera um pai que participa, fique aqui comigo.

Temos muito a conversar. 🙂

Qual o significado de ser pai (na teoria)

Se começamos pelos dicionários, vemos que a definição de pai está bem desapegada da realidade. Ou seja, se fôssemos iguais ao que dizem as páginas amareladas, a paternidade teria muito o que melhorar…

Significado de ser pai no dicionário é:

Homem que teve filho(s), que cria ou criou filho(s); GENITOR; PROGENITOR

P.ext. Homem que de fato cria ou educa criança ou jovem. [NOTA:Nas acps. 1 e 2, é tb. us. como forma de tratamento pelos filhos]

Qualquer animal macho que gerou (com uma fêmea) outros animais.

Sem vida, né? Essas definições não dizem nada sobre o que uma relação de verdade – seja ela próxima ou afastada – representa. Isso porque o carinho ou a distância entre pais e filhos não cabe em nenhuma definição.

Por isso, precisamos seguir aqui na nossa leitura para tentarmos entender como nos encaixar na vida da molecada. Ou seja, para pensarmos em o que é ser pai.

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O que é ser pai hoje (na prática)

A paternidade hoje precisa ser mais versátil, ligada e atenta para contribuir verdadeiramente para o crescimento dos filhos.

Podemos tentar organizar o significado de ser pai hoje em três principais pontos:

  1. Estar presente
  2. Participar
  3. Agir

1 – Estar presente: o envolvimento que conta para ser pai

Um significado de ser pai é estar presente. E não necessariamente por viver na mesma casa. Mas principalmente por estar de fato envolvido na paternidade, sob qualquer circunstância. Ou seja, ser pai é dar afeto, atenção e entrega aos filhos.

Um exemplo de pai presente: imagine-se trabalhando em uma plataforma de petróleo (peço desculpas pelo clichê). E, por ter esse emprego, você obviamente se ausenta de casa.

Porém, mesmo à distância, nos confins dos mares, você dá um jeito de exercer a sua paternidade sem isso de mitos e verdades. Seja com uma rotina de ligações, seja criando situações para que a sua ausência não se confunda com perda.

— Como assim?! — você deve estar se perguntando.

Use a criatividade e brincadeiras

Sim, mesmo estando longe, você pode estar perto.

No caso de viagens longas, como as do pai do exemplo acima, brincadeiras inventivas são uma opção, a exemplo das caças ao tesouro. Assim, os pequenos se distraem enquanto o trabalho mantém todo mundo afastado.

Ou seja, a criatividade é a melhor aliada se a sua intenção é, de fato, fortalecer os vínculos com os seus pequenos.

Porque estando presente, envolvido em ver a molecada crescer, você consegue entender com mais facilidade a relação com os filhos.

O que é ser pai então? Vamos a um segundo ponto.

2- Participar: outro sentido da figura paterna

Uma vez presente, nós pais deveríamos nos comprometer a efetivamente participar do desenvolvimento dos nossos filhos.

O crescimento, a infância e a adolescência passam muito rápido. Bem mais rápido do que as memórias afetivas que deixam.

Por isso, devemos estar presentes e participar para renovar o significado de ser pai. Na prática, é dedicar tempo de qualidade à companhia que os nossos pequenos nos dão. Aliás, esse é um pedido constante da minha esposa, que não me vê colocando isso em prática. #fail

Menos telas acesas, mais brilho nos olhos

Sim, a tecnologia é hoje um vetor de distração entre pais e filhos.

Quem não gosta de uma tela brilhante, cheia de vídeos, likes, stories etc.? Estamos todos, adultos e crianças, meio que viciados em smartphones, monitores, tablets e tevês. Ou seja, nos distraímos facilmente.

A depedência à informação e aos smartphones está aumentando

Somos todos o resultado da nossa época: hiperconectada, multi-device e superinformada. Isso tem preocupado não apenas muitos de nós pais e mães, mas principalmente pesquisadores e educadores.

Rosely Sayão, por exemplo, observa a rotina inundada de informação e seus impactos nos pequenos. Esse, inclusive, é o tema do seu livro Educação sem blá-blá-blá, lançado em 2016. 👇

Livro Educação sem blá-blá-blá de Rosely Sayão
Educação sem blá-blá-blá, de Rosely Sayão

Ou seja, participar da infância e da adolescência é uma escolha – quase um estilo de vida anárquico tendo em vista a nossa sociedade –, que exige mudança de comportamento e desapego às distrações do dia a dia.

E como fazer para construir esse novo significado de ser pai? Bom, simples: agindo!

3- O que é ser pai na ação: sugestões para uma paternidade de verdade

Ok, talvez concordemos que estamos todos distraídos e até distantes uns dos outros. Muitas horas de trabalho, as crianças com suas agendas mais movimentadas do que as de muitos executivos de empresa, eletrônicos tomando conta da rotina em família etc.

Em geral, a paternidade e a infância estão um tanto desencontradas. E só há mudança se ela começar dentro de casa. Vejamos algumas alternativas juntos…

Brincar com os filhos sem sair de casa

Crianças querem diversão. Se possível, a todo momento. Por isso, ser pai é encarar o desafio manter os pequenos entretidos. E isso passa por saber o que fazer com os filhos sem sair de casa. Pode ser cozinhar juntos, ler um livro com eles, dançar ou cantar…

Não importa o que seja. O importante é dividir tempo com os filhos. Sim, está complicado por conta de muito trabalho, muito home office e as atividades domésticas.

Mas existem muitas coisas que já fazemos e podem divertir todo mundo:

  • Tarefas do dia a dia (lavar a louça, por exemplo, com rodinho e esponja);
  • Cuidar das plantas caseiras;
  • Jogos de tabuleiro;
  • Cozinhar.

A lista é infinita. É só começar!

Entender porque a ideia de paternidade ativa é ruim

Muito se fala da suposta paternidade ativa, e de como ela deve servir de guia. No meu caso, vejo o “ativa” como uma sugestão do que efetivamente devemos praticar: uma paternidade envolvente.

O que é uma paternidade envolvente?

Para mim, é aquela que extrapola conceitos, costumes e “boas práticas” para de fato ser uma paternidade que se dedica, que se importa com o bem-estar físico, os sentimentos e a cabeça dos pequenos.

Ou seja, uma boa relação entre pais e filhos que efetivamente respeita limites, incentiva e inspira. Isso é um novo significado de ser pai.

É possível? Sim. O que não quer dizer que seja fácil. Talvez até nenhum de nós aqui consiga construí-la a tempo de a molecada chegar à vida adulta sem grandes sequelas…

Mas vale tentar, certo? Ser pai é isso.

Fazer o home office com os filhos sem encanação

E a primeira tentativa pode vir da oportunidade que a pandemia nos dá.

Hoje, temos uma possibilidade única de estar mais tempo com os pequenos. Afinal, tudo indica que o home office diário com filhos veio para ficar. Ainda que muitos de nós tenhamos que voltar aos escritórios, o certo é que trabalhar de casa deverá ser mais comum.

E aqui está uma grande chance de renovar nossas paternidades. Somente o tempo que podemos economizar evitando as idas e vindas do trabalho já nos proporciona momentos de qualidade com a molecada.

Além disso, o home office abre o caminho para transformarmos o relacionamento entre pai e filho com mais memórias e significado. Alguns exemplos de como conciliar o trabalho remoto com a rotina em casa:

  • estabelecendo rotinas domésticas,
  • explicando conceitos relacionados ao trabalho,
  • ajudando regularmente os pequenos com temas de escola,
  • criando momentos de pura diversão,
  • estreitando enfim a relação entre pai e filho.

Ser menos tec, e mais roots com os filhos

Ok, ok, não se trata de criar os pequenos em uma bolha protetora contra a tecnologia – embora essa também seja uma escolha.

A questão é reduzir a exposição, dar às crianças de hoje (toda uma geração mergulhada no mundo digital) a experiência de se relacionaram com as coisas de uma maneira mais off-line.

Exemplos de uma infância menos conectada:

  • Pés na terra, na grama e na areia. Menos ambientes fechados, povoados por aparelhos eletrônicos.
  • Brincadeiras do passado, como jogos de tabuleiro, pega-pega e pique-esconde.
  • Mais observação da natureza, como trilhas, lunetas à noite e acampamentos. Ou mesmo olhar para as estrelas a olho nu.
  • Momentos juntos, como leituras, experiências e projetos.
  • Memórias de família, como valorização das histórias pessoais e da sabedoria de avós.

Arrasar na hora de criança dormir

Pode parecer uma exageração, mas um dos momentos mais marcantes de toda infância e paternidade (bem como maternidade) é a melhor hora de cada criança dormir (veja neste link aí a tabela de horas necessárias por idade).

Muitas vezes divertida pela leitura de histórias e outras atividades juntos, essa transição das brincadeiras para o sono pode ser tensa.

E há muitos motivos para isso porque o fim do dia é difícil para toda a família. Pais e mães estão em geral esgotados do trabalho e das atividades da casa. Por sua vez, os filhos veem na noite uma ótima ocasião para receber a atenção que desejam.

Meu caso: como fico a maior parte do dia ligado no trabalho remoto, é à noite que os meus meninos colam em mim. Por isso, fazer os pequenos dormirem é todo um processo que começa cedo, já no entardecer… São os detalhes que dão mais cor à paternidade.

O relógio biológico e o carinho

Precisamos lembrar que os nossos corpos contam com os ritmos circadianos (do latim cerca e dies, ou seja, aquilo que dura cerca de um dia) para entrar no equilíbrio entre sono e vigília. E que isso tem a ver com a alternância entre luz e escuridão.

Um bom equilíbrio é fundamental para o desenvolvimento das crianças e adolescentes (existe até uma tabela de quantidades de horas de sono de acordo com cada idade – veja no link que deixei 4 parágrafos acima. 👆👆👆).

Por isso, é importante considerar esse momento não só como essencial para a saúde, mas também como um encontro de muito carinho com a própria paternidade.

Quer renovar o seu significado de ser pai? Veja dicas simples para dar qualidade ao repouso das crianças:

  • Desacelerar os pequenos assim que a noite começa a chegar.
  • Evitar o excesso de smartphones, tablets e outros dispositivos móveis, principalmente nos quartos.
  • Ter paciência e entender que não é fácil para os filhos lidarem com o sono.
  • Usar a criatividade para fazê-los cair no sono, como estimular a imaginação. 😴😴😴

Entender a criança altamente sensível (como perceber se tem uma)

Você sabia que alguns pequenos podem ser altamente sensíveis ao mundo que os rodeia? Isso tem a ver com a Sensibilidade de Processamento Sensorial – SPS (ou Sensory Processing Sensitivity – SPS, na sigla em inglês).

E isso não é uma doença ou transtorno. Na realidade, é uma característica inata presente em cerca de 20% das pessoas. Ou seja, em mais do que a população da China.

No caso das crianças com muita sensibilidade, nós pais devemos entender que elas precisam do básico: carinho, afeto e empatia. E não de crítica, reprimenda ou condenação. Afinal, vale lembrar: ser pai é dar afeto, atenção e entrega. Também é conectar de verdade. 😉

Na prática, os pequenos com essa característica são:

  • Mais atentos aos sentimentos dos outros.
  • Menos participativos em algumas atividades para se preservar dos estímulos sensoriais (luz, ruídos, contato etc.)
  • Conscientes de si mesmos, apesar da pouca idade.
  • Muito espertos com detalhes (uma coisa fora de lugar, por exemplo)
  • Entre outras características…

Conhecer os químicos tóxicos para crianças

Um dos desafios de pais e mães é saber como proteger as crianças de coisa não legais da vida atual, como os compostos químicos tóxicos para crianças.

Eles estão presentes em diferentes momentos do dia a dia, como a alimentação e o contato com objetos. Entre os mais nocivos, estão compostos químicos usados em frigideiras, por exemplo, os microplásticos e o chumbo, encontrados em tintas para cabelo e batons, entre outros itens.

Por isso, é importante conhecer os tipos de plásticos, a origem dos PFAs, sigla para perfluoroalquil e polifluoroalquil, e como evitar a exposição e possíveis intoxicações causadas pelo chumbo.

Medo infantil: o que é e maneiras de apoiar

O medo infantil é uma das emoções mais básicas das crianças porque ele faz parte da natureza de todo ser humano de sentir temor de determinadas situações e coisas.

Na verdade, o medo infantil é um mecanismo de prevenção e de cuidado com o que desconhecemos, como ruídos, pessoas estranhas e objetos novos.

Os cientistas inclusive demonstraram em pesquisas recentes que bebês de até seis meses, por exemplo, também têm medo de aranhas e cobras. Ou seja, o medo infantil tem um componente hereditário.

E é por isso que precisamos, como pais e mães, ser capazes de dar o melhor apoio possível à criançada. Nesse sentido, diálogo, apoio e carinho são fundamentais para que os pequenos possam enfrentar seus medos infantis com mais desenvoltura.

Por tudo isso, anote algumas ações que podem ajudar a entender melhor o medo infantil dos filhos:

  • Compreender o medo dos filhos;
  • Acalmar para dar acolhimento;
  • Cuidado com o que você fala.

Dá para ser bom pai com muito significado?

Isso, já sabemos: depende exclusivamente de nós. Ou seja, do nosso desejo sincero de dar qualidade aos nossos atos. E à nossa participação na vida de quem dizemos mais amar.

Ser bom pai de fato não tem fórmula, tampouco é ciência. Tem que vir do coração, com doses de razão. E só testando mesmo porque é assim que tem que ser.

“I must say, I was very much surprised by the deep thoughts Anne had. It was quite a different Anne I had known as my daughter…And my conclusion is, since I had been in very good terms with Anne, that most parents don’t know really their children.”

Otto Frank, pai de Anne Frank

Mas anote aí para pensar: um bom pai deveria acima de tudo reconhecer os seus erros. Sempre. E lidar com eles para que os pequenos percebam e aproveitem os avanços.

O mais importante é ser algo para os filhos. Mesmo que um pai possível, na medida do nosso melhor mais autêntico.

O valor do pai enfim

É estar presente, participar e agir. Ser um bom pai é isso, em resumo. Se conseguirmos encontrar uma fórmula própria com todos esses elementos, teremos uma dinâmica mais enriquecedora com os nossos filhos.

É um exercício diário da paternidade, em que precisamos estar atentos aos nossos hábitos. Mais do que isso, é algo que depende da nossa capacidade de abrir mão, ceder e mudar. Afinal, nenhuma boa relação entre pais e filhos tem manual, muito menos um destino certo.

Mas tem que ter um significado de ser pai maior. Por isso, o importante é tentar. 👍

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Por que mitos e verdades da paternidade só atrapalham https://oquevocefalou.com.br/mitos-e-verdades-da-paternidade/ https://oquevocefalou.com.br/mitos-e-verdades-da-paternidade/#respond Sun, 27 Sep 2020 13:00:00 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=9123 A paternidade não tem mitos e verdades porque nada está escrito em pedra quando o assunto é ser pai, apesar do que dizem muitos textos espalhados na internet. Ter filhos é um aprendizado diário de altos e baixos. Sabemos todos… E sem qualquer padrão ou recorrência. No máximo, percebemos aqui e ali algumas semelhanças mínimas ...

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A paternidade não tem mitos e verdades porque nada está escrito em pedra quando o assunto é ser pai, apesar do que dizem muitos textos espalhados na internet.

Ter filhos é um aprendizado diário de altos e baixos. Sabemos todos… E sem qualquer padrão ou recorrência. No máximo, percebemos aqui e ali algumas semelhanças mínimas com outras experiências paternas.

Justamente por isso nada é sólido. Muito menos fixo. O exercício de acompanhar o desenvolvimento de uma criança é de muita troca. Motivo pelo qual nosso primeiro cuidado deve ser evitar os extremos, como os “certos” e “errados”.

A paternidade como ela é: sem isso de mitos e verdades

Sim, já dizia Nelson Rodrigues em suas crônicas no jornal Última hora: a vida como ela é… Ser pai também é como é: sem floreios, com vidas reais e cheias de caprichos.

Assim como na maternidade, a relação diária entre pais e filhos está ligada aos sentimentos mais humanos. Por isso, mais complexos e difíceis de conciliar.

Ou seja, são equivocados os textos que falam em “faça assim” ou “faça assado”. Afinal, os mitos e as verdades são generalizações; duas tentativas humanas de explicar o que muitas vezes não tem explicação.

De novo: o cuidado dos filhos não tem receita, forma ou padrão. Cada pai é um pai porque cada criança é um(a) filho(a) em si mesmo(a). E irmãos, quando chegam, são diferentes. E ninguém mita ou lacra nessa história da paternidade.

A vida como ela sempre é… 😉

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Mas o que é um mito? E uma verdade?

Antes de voltarmos a falar de como acompanhar os pequenos, precisamos primeiro tentar entender se concordamos todos aqui sobre o básico.

Quem escreve sobre erros e acertos tenta, na verdade, facilitar as coisas. Mas nada é fácil em ser pai hoje.

A filosofia ajuda a entender

Mitos são muitas vezes taxados de o oposto da verdade. Platão e Aristóteles, por exemplo, pensavam assim. Mas, segundo o Dicionário de Filosofia, o mito também era para eles a verossimilhança, muitas vezes o máximo ao que a narrativa pode almejar.

Ou seja, o mito seria, de fato, uma aproximação. E não necessariamente o oposto a algo. Nesse caso, faz sentido para a paternidade, que também é uma aproximação; uma narrativa imperfeita.

Cuidado com as certezas

Já a verdade é mais difundida na filosofia pelo conceito de correspondência.

De novo, Platão foi pioneiro em Crátilo: “Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; falso é aquele que as diz como não são”.

E quem pode dizer exatamente como são as coisas no relacionamento de adultos e crianças?!

Não tem certo ou errado, tem tentativa e erro

O aprendizado de como cuidar dos filhos não deveria ter os tais “mitos e verdades” como fonte de informação. Mas ideias que nos ajudem a entender melhor como as coisas se complementam.

Isso porque tudo é relativo e muito subjetivo no crescimento das crianças. Assim como no próprio desenvolvimento de cada pai ou mãe. Podemos até achar que temos o controle, mas lá no fundo do coração sabemos que é o contrário.

Daí a importância de observar, refletir e experimentar. Com muita informação, claro. Mas sem cair na armadilha do preto no branco. A vida real sempre é um imenso degradê.

A educação de uma criança e a formação do seu caráter na infância dependem de quem está por perto. Ou seja, os pais, as mães, irmãos, tios, avós e quem mais possa contribuir com atenção, carinho e entrega.

Esqueça isso de receita ou fórmula de ser pai

Sou um papai hoje para os meus meninos Bento e Artur. Amanhã, serei outro. E totalmente diferente dos milhões de pais espalhados pelo mundo.

A presença parental está impregnada incertezas. No máximo, podemos contar com exemplos e experiências de outros, como nossos próprios pais e avós. Mas até isso é subjetivo no crescimento e na curva de aprendizagem dos filhos.

A própria educação na escola tem várias linhas de pensamento, propostas e práticas que tentam dar ordem à formação dos pequenos. Mas nada é linear como uma conta matemática ou fórmula química.

Por que então ter um filho deveria ser uma experiência lógica?

Os filhos são melhores que a internet

Só você e os seus pequenos podem saber exatamente quais são as melhores respostas para o seu relacionamento. Nenhum site, blog (como este, por exemplo), post ou vídeo inspirador pode ser mais útil.

Ao tentar buscar ajuda de como agir com os pequenos, deveríamos primeiro observar o que fazemos em casa. Nesse sentido, algumas perguntas me vêm à cabeça:

  • Percebo em profundidade a responsabilidade de ser uma das principais referências de uma criança?
  • Dou bons exemplos?
  • Sou capaz de esclarecer minimente a vida aos pequenos?
  • Consigo ajudá-los a navegar em meio à tempestade?
  • Estou presente e disposto quando eles precisam?
  • Levo alegria e leveza para eles, sem com isso fantasiar a vida?
  • Eu me importo de verdade com tudo isso?

Veja que são questões maiores, além de muitas outras perguntas práticas da paternidade. São para refletir mesmo. Mas para agir também, claro. Porque é a partir de reflexões como essas que damos passos adiante.

Dica de livro: e um exemplo de pai sem mitos e verdades

Se estamos juntos aqui revisando pontos que nos mostram como tudo é incerto no relacionamento entre pais e filhos, um bom caminho é ler, escutar e pesquisar.

E um livro tem uma figura paterna ideal para nos espelharmos: O sol é para todos, de Harper Lee. 👇👇👇

O Sol é para todos de Harper Lee

Nesse clássico da literatura, Atticus Finch é um dos personagens mais incríveis que você pode encontrar. Pai solo de dois filhos em meio a uma sociedade tomada pela pobreza e o racismo, ele tenta transmitir os melhores valores aos seus pequenos.

Para Finch, não há tempo para simplificações de certo ou errado. Pelo contrário, cada contato com suas crianças é uma tentativa de ser o melhor pai possível.

Com ele, o dia a dia é uma paternidade sem mitos e verdades.

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Paternidade: 13 perguntas e respostas-chave que todo pai deveria se fazer https://oquevocefalou.com.br/paternidade/ https://oquevocefalou.com.br/paternidade/#comments Mon, 22 Jun 2020 16:11:54 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=8640 Se você vai ser ou é pai, duvido que nunca tenha se perguntado: como dever ser a paternidade com uma boa relação entre pais e filhos? Já rolou essa dúvida, right? Ou uma muito parecida, imagino… E como saber a resposta? Afinal, questões parentais são subjetivas, intensas e cheias de cantinhos escuros em que às ...

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Se você vai ser ou é pai, duvido que nunca tenha se perguntado: como dever ser a paternidade com uma boa relação entre pais e filhos?

Já rolou essa dúvida, right? Ou uma muito parecida, imagino… E como saber a resposta? Afinal, questões parentais são subjetivas, intensas e cheias de cantinhos escuros em que às vezes deixamos acumular pó. E teias de sentimentos emaranhados.

Paternidade é (deveria ser) uma entrega sincera de todo pai aos seus filhos, com carinho, atenção e cuidado, para que as crianças tenham condições de se desenvolver com saúde mental e física.

Você concorda? Discorda?

Que tal tentarmos juntos, aqui nesse post de coração aberto, trocar algumas reflexões sobre a paternidade? Pode ser paternidade mais responsável, presente, afetiva… Não importa o nome que você queira dar.

Vem comigo (Artur e Bento, meus filhos, esse é um post para adultos). Vamos começar com o básico… 👀 Ou seja, algumas perguntas que pais (e wannabes 😉) deveriam se fazer.

13 perguntas sobre a paternidade para começar

Para organizar as ideias, aqui está o caminho das pedras da nossa conversa:

  1. Quem é o papai aqui?
  2. Qual o significado da paternidade?
  3. Como a paternidade nos muda?
  4. O que muda com a chegada do primeiro filho?
  5. Quais são os vários tipos de pai?
  6. O que ser na relação entre pais e filhos?
  7. Como não ser um pai de helicóptero?
  8. Como ser mais presente na paternidade?
  9. O que é curva de aprendizagem?
  10. Existe paternidade estratégica na relação entre pais e filhos?
  11. E a licença-paternidade: como funciona, quantos dias tem e como aproveitar?
  12. Por que a paternidade ativa é uma ideia ruim?
  13. O que é ser um bom pai afinal?

1 – Quem é o papai aqui?

Mas antes de começarmos, precisamos entrar em acordo aqui.

Que tipo de pai você se considera?

Biológico? Envolvido? Distante? Ausente?

Longe de julgar aqui… Mas é importante que olhemos dentro, bem no fundo, para entendermos quem somos antes de entrarmos em discussões desse tipo.

Ser responsável ou não por um bebê, criança ou adolescente é o ponto de partida aqui. Só podemos falar de paternidade se tivermos claro o quanto nos comprometemos com ela. Não deveria existir licença-paternidade aqui. 😉

É dessa clareza de emoções que podemos formular as nossas respostas e reflexões. Ou seja, a relação entre pais e filhos, a educação dos pequenos, o desenvolvimento da infância à vida adulta serão marcados pelo nosso grau de dedicação como pais.

Tome seu tempo…

Pense bem nisso antes de começarmos. E quando se sentir preparado, avançamos juntos nessa nossa lista de perguntas sobre a paternidade. 👇

2 – Qual o significado da paternidade?

Vamos ser sinceros? Quem consegue responder?

Pergunte para o google o significado da paternidade e nem ele conseguirá ser objetivo. São 107.000.000 de respostas para essa dúvida. Afinal, não existem pais iguais. Ser pai é autenticidade. Eu sou um, você, outro. E não entraremos em acordo em uma série de pontos.

Mas vamos tentar a letra fria do dicionário:

Paternidade é:

(pa.ter.ni.da.de)
sf.
1. Qualidade, condição ou estado de pai: Paternidade deixa homem mais ‘civilizado’, diz estudo.
2. Laço sanguíneo entre pai e filho(s): determinação de paternidade pelo DNA.
3. Fig. Autoria intelectual: a paternidade de um projeto.
[F.: Do lat. paternitatis]

Paternidade civil
1 Jur. Aquela que resulta de adoção.
Paternidade ilegítima
1 Jur. Aquela em função de prole gerada fora do casamento.
Paternidade natural
1 Jur. Aquela que resulta de prole, sem impedimento por parte do pai ou da mãe, por motivo de matrimônio.

Está claro que essa paternidade daí de cima não é como gostam de rotular: ativa, responsável ou afetiva. É formal, protocolar. Ou seja, tudo o que não devemos ser. Pelo contrário, a ideia aqui é encontrar um entendimento mais rico e complexo, como tudo na vida. 😉

“O que eu quis foi que você crescesse consciente. Decidi não esconder nada de você.”

Trecho de Entre o mundo e eu, de Ta-Nehisi Coates

É mais que palavras. Obviamente, podemos até tentar encontrar significados, mas vais além disso. As relações afetivas ou meramente formais são complexas, difíceis mesmo de definir.

Pais hoje podem ser casados ou solteiros, adotivos ou biológicos, heteros ou homossexuais, brancos ou negros, empregados ou desempregados. Não importa. Somos diversos, assim como os filhos que queremos ver crescer.

Para saber o que é ser pai, eu tento primeiro descobrir quem sou – ou o que pretendo ser. Complicado, né?

Bom, vamos seguir em frente para ver se ajuda.

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3 – Como a paternidade nos muda?

Eu e você não nos conhecemos. Mas se estamos aqui é porque temos um mínimo de interesse de construir uma paternidade. Pedacinho por pedacinho. Ou seja, queremos sossego do agito do dia a dia para nos aquietar um pouco em pensamentos mais elevados.

Eu mudei com a paternidade como já não me lembro mais. Tenho dificuldade de saber como era antes de o Artur e o Bento acordarem diariamente com tanta alegria e disposição. Ou de como vivíamos sem ter um amor tão grande para cultivar.

A mudança é consequência – uma força incontrolável que me dá a propulsão necessária.

A paternidade muda o corpo, as prioridades, os pontos de vista, as necessidades, os ânimos e as expectativas. Também muda as relações dos casais que têm ou adotam suas crianças. Ou sejam, licença-paternidade só no trabalho.

Até o cérebro muda com a paternidade.  Pelo menos, com uma paternidade responsável.

Ser pai me mudou porque eu vejo no desenvolvimento dos meus meninos muito de mim. Na verdade, isso pode ser bom ou ruim. Daí o valor desse aprendizado constante.

Portanto, devemos descobrir individualmente como mudamos. E tentar entender o tamanho dessa transformação física, mental e sentimental causada pela radiante presença dos pequenos em nossas vidas.

4 – O que muda com a chegada do primeiro filho?

Essa é uma pergunta parecida com a anterior. Mas ela vai mais no prático. Ou seja, o que muda na rotina quando o(a) primeiro(a) filho(a) chega.

No nascimento do bebê, ninguém tem muito tempo para pensar na paternidade em si. Primeiro porque as emoções ficam latentes, para o bem ou para o mal. Um recém-nascido pede decisões rápidas e ações imediatas.

Alguns exemplos de cuidados com um recém-nascido:

  • Proteger a saúde do bebê.
  • Apoiar a(o) companheira(o).
  • Cuidar da transição do hospital para a casa.
  • Fazer funcionar a rotina doméstica no pós-nascimento.
  • Encontrar um novo equilíbrio na relação a dois.
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Percebe? A chegada do primeiro filho supõe mudanças que dão uma reviravolta em nossas vidas. Como indivíduos e como casais. Aliás, as mães são as que mais precisam se adaptar, e daí a importância adicional de não sermos só pais, mas principalmente companheiros!

Ou seja, mesmo que você decida não participar de nada disso como pai, ainda assim é um giro importante.

Você terá que conviver com a ideia de que seu(ua) filho(a) crescerá neste mundo desgovernado sem a sua companhia.

5 – Quais são os vários tipos de pai?

Vamos deixar as listas de lado aqui. Você vai encontrar muitos “tipos de pais” na internet, mas não é essa a intenção aqui?

E qual é?

Well, a ideia é refazer a pergunta: existem tipos de pais? Ser pai é ter um rótulo? Ou todos somos parecidos na nossa tentativa de fazer o possível pelas nossas paternidades?

No meu caso, sou um pai que tenta ser pai. 🤔 Estranho, eu sei. Mas deixe eu tentar explicar melhor.

Como pai, não me sinto complementamente “encaixado” em nenhuma caixinha. Ou refletido em nenhuma lista dessas da internet ou de revistas de educação. O que eu sim sei é que estou sempre tentando ser um bom pai.

Mas eu falho. E muito! Todos os dias.

E continuo tentando. E falhando, E tentando.

Você percebe? Pode ser até que você seja um tipo específico de pai – atencioso, durão, distante, sentimental etc. Ainda assim, jamais exercerá uma paternidade congelada em si mesma, que não muda.

A criação dos filhos é uma constante evolução ou desserviço. Afinal, pais e filhos crescem juntos e aprendem à medida que o tempo passa que as relações são mutantes.

Se eu pudesse resumir, diria o seguinte: em vez de tentar ser um pai assim ou assado, seja simplesmente. Os rótulos virão, mas o importante é ao menos fazer o possível.

— Estou cansado, pai.
— Cansado de quê? Se você não faz nada, de manhã à noite?
— Não viver é o que mais cansa.

Antes de nascer o mundo, Mia Couto

6 – O que ser na relação entre pais e filhos?

Precisamos cair na real: crianças esperam o mínimo de nós. E o mínimo que devemos dar a elas é atenção.

Um acordo justo, concorda comigo?

Sempre digo que filhos deveriam estar protegidos por um direito universal: o de terem garantidos, pela justiça, pela ONU ou qualquer outra instituição, o respeito e a atenção que merecem.

Afinal nenhuma criança é consultada sobre a sua vontade de querer ou não nascer.

Essa é uma decisão egoísta tomada pelos pais (ou uma consequência não planejada). Justamente por isso devemos nos responsabilizar efetivamente pelos pequenos até o fim da nossas vidas.

Apoio, carinho e atenção

É muito mais do que só estarmos presentes. Mas nos dedicar ao seu bem-estar, dar carinho, ser um apoio, encorajar, demonstrar compreensão nos momentos mais difíceis etc.

“The true object of education, like that of every other moral process, is the generation of happiness. Happiness to the individual in the first place. If individuals were universally happy, the species would be happy.”

The Enquirer: Reflections on Education, Manners, and Literature – William Godwin

A boa relação entre pais e filhos pede que sejamos verdadeiros. Mesmo quando não queremos estar perto: esse é o maior carinho que um pai ausente, por exemplo, pode dar. Ou seja, ser verdadeiro na sua decisão de se retirar.

Lembre de quando você era criança. Sim, você já foi uma um dia. E essa criança que você foi um dia provavelmente queria muito pouco dos pais: ser vista e reconhecida em suas qualidades e imperfeições.

O que ser então para os pequenos? De tudo um pouco, mas principalmente pessoas em que elas possam confiar.

7 – Como não ser um pai de helicóptero?

Tá bom. Agora que refletimos um pouco sobre o que ser, que tal olharmos agora para o que não fazer?

Lembra de quando o seu pai pegava/pega pesado? Aqueles momentos em que o seu amor por ele fraqueja, e vocês perdem conexão?

Agora, é a nossa vez de dar vexame. A paternidade com significado faz isso: ela nos expõe. Por isso, pode acontecer de você ser o cara que passa dos limites, como seu pai fez um dia.

E uma maneira muito desagradável de ocupar essa função é ser um pai de helicóptero. Sim, um sujeito que apesar das boas intenções acaba exagerando no cuidado dos filhos, sem desgrudar ou perdê-los de vista.

Pais assim mais parecem aqueles helicópteros das televisões que transmitem perseguições ao vivo. Lá do alto, eles ficam na cola dos suspeitos, por mais que tentem despistar ou se esconder.

A origem

Pai de helicóptero foi usado pela primeira vez pelo médico Haim Ginott, em 1969, no livro Between Parents & Teenagers. Nascia a figura do responsável que presta atenção exagerada às experiências e aos problemas dos filhos, invadindo espaços e cruzando limites.

“Os pais superprotetores e ultracontroladores podem ter um efeito muito negativo que afeta o desenvolvimento da criança para lidar de forma correta com suas emoções e comportamentos”.

As consequências de ser pai superprotetor

Sim, você pode estar contaminando a paternidade. Sua capacidade de desenvolver habilidades essenciais, como lidar com os erros, aceitar a perda, aprender com o fracasso e tantos outros desafios do desenvolvimento.

O crescimento, sabemos todos nós, envolve desencanto. Estamos todos constantemente caindo e tropeçando, apesar de acreditarmos que temos tudo controlado. As crianças devem desenvolver seu equilíbrio, justamente o que pais de helicóptero privam.

Se você estiver nesse caminho, pare. Reflita e olhe à volta para encontrar outro rumo para o seu relacionamento com os pequenos. Ser pai é dar liberdade e incentivar a confiança.

Vale lembrar: filhos vigiados de cima, como os helicópteros das televisões fazem, passam maus bocados.

8 – Como ser mais presente na paternidade?

Ok, você leva o(a) pequeno(a) para a aula de natação. Deixa ou busca na escola. Dá atenção no começo ou fim do dia – sempre que o trabalho permite… Ajuda nos deveres de casa, chama para uma pedalada, ou tenta se concentrar na vigésimo episódio daquela franquia de desenho preferida por ele(a).

E, nos papos com amigos, estufa o peito e diz jubiloso:

— Eu sou um pai presente. 😁

Ok, ok… Já vimos isso muitas vezes. Mas, será mesmo?!

O que é presença para você? Melhor: o que é presença para o(a) seu(ua) filho(a)?

Será que os astros se alinham? Ou talvez a sua percepção de presença seja diametralmente contrária à expectativa das crianças?

Sejamos sinceros: levar para a natação ou dar uma volta de bicicleta na praça não significa que estejamos de fato presentes. Quantas vezes me vi brincando com os meus pequenos, e a cabeça voando longe por causa das pequenas coisas da vida.

Também já pratiquei a falsa interação. Você conhece: estamos ali, jogando um jogo de tabuleiro com eles, por exemplo, mas pensando na segunda-feira. E sabe de uma coisa? Eles percebem!

Temos a tendência de associar presença ao local físico. Nesse sentido, muitos pais até podem se bajular. Acontece, porém, que uma paternidade presente supõe um grau muito mais elevado de proximidade.

Um olhar, o abraço

Ou seja, é o caso de nos mostrarmos efetivamente disponíveis e acessíveis. Como a leoa aos seus filhotes na savana. E não apenas para um jogo, partida de pelada ou sorvete de fim da tarde. Falamos aqui de olhos nos olhos, coração aberto e braços que envolvem e protegem os pequenos até dos seus medos mais íntimos.

Pos isso, antes de estufar de novo o peito e dar uma de pavão, reflita se de fato a sua paternidade é presente – e não fake simplesmente.

9 – O que é curva de aprendizagem para as crianças?

De todas as necessidades básicas de uma criança, o aprendizado costuma ficar em segundo plano para a maioria das pessoas. Nossa tendência é pensar primeiro na sobrevivência. Ou seja, se tem comida na despensa, se a roupa protege da insolação ou do frio ou se tem água na garrafinha, por exemplo.

Sim, tudo muito essencial. Mas e o aprendizado? 🧠 Tanto o mental quanto o sentimental? Será que estamos, pais e mães, garantindo o básico para a aprendizagem dos nossos pequenos?

“As necessidades estão na base da famosa pirâmide descrita por Abraham Maslow, onde encontramos, além das necessidades fisiológicas como a alimentação, a hidratação e o descanso, as necessidades emocionais e afetivas.”

Portanto, o aprendizado é uma necessidade básica tão fundamental quanto uma alimentanção equilibrada ou uma moradia com ao menos condições mínimas de saneamento.

Origem da curva de aprendizagem

A curva de aprendizagem é um conceito que dá visibilidade à maneira como absorvemos o conhecimento. Inicialmente, passamos por uma fase de progresso mais lento, como um aquecimento antes do exercício.

Porém, ganhamos ritmo à medida que praticamos esse esporte tão saudável. É quando começamos a tirar ainda mais proveito da nossa capacidade, como seres humanos, de interagir e aprender.

A base desse conceito foi assentada pelo psicólogo alemão Harmann Ebbinghaus, quem inventou o termo em 1885. De fato, ele é lembrado por ser o pioneiro nos estudos experimentais sobre a memória, testando a sua própria capacidade de lembrar e esquecer.

E você pode saber mais desse caminho que ele seguiu no texto científico Über das Gedachtnis, em que ele apresenta a sua ideia de curva de aprendizagem e de curva de esquecimento.

10 – Existe paternidade estratégica na relação entre pais e filhos?

Como assim?! Misturar paternidade com estratégia? 📊 É possível?!

Estranhamente, sim. Há pais que fazem do seu relacionamento com os filhos uma convivência guiada por estratégias. Do mesmo jeito que as empresas se comportam. Ou seja, todos os passos são dados com objetivos e metas muito claros…

Se você buscar na internet, verá que a paternidade estratégica ainda pouco analisada ou comentada. Imagino que pelo fato de ser um tanto estranha a relação de uma coisa com a outra. Porém, já há casos reais e bem acompanhados pela imprensa de pais fizeram da sua relação com os pequenos uma estratégia bem pensada.

Na prática, pais que atuam dessa forma fazem da infância (e da patertinade) um objeto em si, um plano seguido à risca. E, não é preciso dizer, a criança ou adolescente tem obviamente de se adaptar a esse esquema, com ou sem consentimento. 👇👇👇

“A atriz Lori Loughlin, 55, conhecida pela série ‘Full House’, concordou em se declarar culpada no caso em que é acusada de subornar uma universidade americana para aceitar suas duas filhas como estudantes.”

Um caminho, não uma linha reta

Nesses casos, o ponto-chave pode ser o seguinte: queremos que a paternidade seja resultado da razão? Uma coisa é guiar e dar a mão aos filhos para que possam conquistar seu espaço no dia a dia, mas outra é fazer desse processo uma rota de linha reta.

Até porque nada está efetivamente sob o nosso controle. E acreditar no contrário pode ter consequências indejadas, como ansiedade, aversão à falha e a crença equivocada de que somos o centro do universo…

Portanto, se você tem aspirações de conduzir a sua paternidade traçando uma estratégia, tente refletir sobre as implicações disso. Tente imaginar, por exemplo, como será se no fim das contas nada der certo… Ou se durante essa jornada seu(ua) filho(a) decidir tomar outro rumo…

Só reflita…

11 – E a licença-paternidade: como funciona, quantos dias tem e como aproveitar?

Se a paternidade é pura atitude, que a licença-paternidade seja só no trabalho. E não em casa. 😉 Agora, quando chegar a hora de você tirar a sua licença, um direito garantido por lei, o melhor é saber sua origem, como ela evoluiu e quais são exatamente os dias que pode tirar para estar com a família.

Atualmente, a maioria dos trabalhadores com carteira assinada no setor privado tem direito a cinco dias consecutivos de licença paternidade, a partir do primeiro dia útil após o nascimento de cada filho. Lembrando, claro, que esse período fora do trabalho não é descontado do salário.

Nova licença-paternidade de 20 dias

Mas se a maioria de nós mudou para de fato exercer a paternidade, as empresas viram nesse movimento a necessidade de elas mesmas se adaptarem aos novos tempos. Por isso, muitas delas oferecem aos seus funcionários recém-papais a possibilidade de estenderem a sua licença de cinco para 20 dias.

Mas, para isso, é necessário que formalizem a sua adesão ao Programa Empresa Cidadã, criado pelo governo federal, em 2008, com a Lei nº 11.770 (alterada pela Lei nº 13.257/2016).

Desde então, mais e mais companhias do setor privado têm participado da iniciativa, como forma não só de obter deduções fiscais, mas para proporcionar um melhor benefício do trabalhador pai.

Por isso, confira com o RH da sua empresa se a licença-paternidade estendida está disponível (e não deixe de considerar essa vantagem na hora de decidir entre uma vaga ou outra de trabalho). 😉

12 – Por que a paternidade ativa é uma ideia ruim?

Responda rápido: você já ouviu falar de maternidade ativa? Não, verdade? Então, por que falar em paternidade ativa?

O termo está sendo cada vez mais usado para definir pais que demonstram mais comprometimento com o cuidado dos filhos. Mas há um erro conceitual nisso tudo – e uma falsa celebração do envolvimento do homem no que é a sua obrigação, ou seja, ser pai, companheiro e quem também realiza atividades domésticas.

“Paternidade ativa é redundância: por que ser mãe é uma obrigação e ser pai é ter coragem?”

Sem pai pavão, por favor

Na prática, paternidade ativa seria uma derivação inapropriada de “positive parenting” ou “positive discipline”, duas expressões associados às teorias dos psiquiatras vienenses Alfred Adler e Rudolf Dreikurs. Eles desenvolveram toda uma linha de pensamento que não tem a ver com a ideia atual de papais dedicados.

A situação é: não deveríamos, nós homens, usar a muleta da paternidade ativa. Isso porque ela nos dá uma sensação autoindulgente de dever cumprido. Quando, em realidade, fazemos o básico: ser pais e companheiros.

Portanto, paternidade ativa é uma ideia ruim. Mesmo que seja tão divulgada, comentada e comemorada.

13 – O que é ser um bom pai afinal?

E aqui chegamos à pergunta de 💲 1 milhão de dólares 💲.

Pois é, quem sabe aqui o que é ser um bom pai? Qual deve ser o significado disso?

Eu não tenho a resposta. Ninguém tem… E será que existe? Prefiro, como já disse em outros posts desse blog, acreditar na paternidade possível. Ou seja, naquela em que tento ser o mais compromotido possível, mesmo consciente de que isso não seja suficiente.

E como é o bom pai possível?

  • Sabe que não é perfeito
  • E vive bem com isso
  • Se questiona
  • Erra. E erra
  • Tenta evoluir
  • Entende a sua pequenez

Pois, meu caro. Nada da paternidade é definitivo. Até existe cursos de paternidade responsável por aí, mas o buraco é aqui é mais fundo. Afinal, falamos aqui de seres humanos, de sentimentos, do tempo que passa imparável trazendo consigo mudanças.

O pai que fui no primeiro dia do meu Artur já não existe mais. Bem como o pai que hoje cuida dele e do Bento também será diferente de quem serei daqui a dez anos. E nessa mutação constante evolui a minha paternidade.

Porque a boa relação entre pais e filhos entende, como toda espécie em evolução, que nada é definitivo.

E que bom que seja assim. Boa paternidade. 🤝

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Paternidade estratégica https://oquevocefalou.com.br/paternidade-estrategica/ https://oquevocefalou.com.br/paternidade-estrategica/#comments Sun, 07 Apr 2019 22:50:53 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=8463 Existe paternidade estratégica? É mais do que a paternidade presente? Ou será criar os filhos com uma pegada forte de planejamento, em vez do aprendizado mútuo? O fato é: muitos pais (e mães) perdem a cabeça enfeitiçados pela urgência de serem pais e mães. E eles se defendem disso – do seu medo próprio de ...

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Existe paternidade estratégica? É mais do que a paternidade presente? Ou será criar os filhos com uma pegada forte de planejamento, em vez do aprendizado mútuo?

O fato é: muitos pais (e mães) perdem a cabeça enfeitiçados pela urgência de serem pais e mães. E eles se defendem disso – do seu medo próprio de cuidar de uma criança e de ajudá-la a se desenvolver.

A sua defesa é o ataque muito calculado contra o imprevisto. Eles simplesmente desprezam o improviso. Por isso, traçam uma estratégia para o futuro dos filhos, na tentativa de dar a “melhor” educação ou de construir uma carreira promissora da base (???).

E começa desde cedo, antes mesmo do nascimento. Daí o termo “parentalidade estratégica” (ou strategic parenting). No meu caso, Artur e Bento, falo aqui da paternidade estratégica, que também está sob o guarda-chuva da parentalidade (assim como a maternidade).

Mas o que é exatamente a paternidade estratégica? E como ela pode ditar os rumos da relação de pais e filhos? É isso o que vamos tentar descobrir juntos agora! 😉

#ParentFail !!!

A paternidade estratégica na essência

Paternidade estratégica é a prática de definir objetivos para o desenvolvimento dos filhos, como a universidade em que vão estudar ou a profissão que deverão exercer.

Uma possível explicação para os pais estrategistas está na pesquisa da jornalista Tatsha Robertson e do economista Ronald Ferguson. Juntos, eles resolveram investigar se existe uma relação entre pais e filhos considerados bem-sucedidos.

Ou seja, eles decidiram conferir se pais estão mesmo traçando planos de ação para estimular os talentos naturais dos seus filhos. O objetivo, neste caso, é que os pequenos tenham êxito na carreira, nos relacionamentos e na vida em geral.

A primeira conclusão a que eles chegaram é reveladora. :/

Muitas das pessoas “bem-sucedidas” com as quais eles conversaram disseram que tinham/têm pais que sabiam qual futuro queriam para os filhos. Mas ANTES do nascimento!

Por isso, esta abordagem demonstra a essência da parentalidade estratégia: a infância se converte em um objetivo em si. Assim como executivos nas empresas, estes pais estabelecem uma meta clara.

Porque para eles existe um ponto a alcançar, com resultados que devem ser recolhidos. Dessa maneira, o desenvolvimento dos pequenos ganharia um certo ordenamento. E isso nos mínimos e maiores detalhes, desde o estilo pessoal no modo de se vestir até a escolha das amizades.

PARENTALIDADE
Conceito de paternidade
e maternidade conscientes
+ESTRATÉGIA
O uso eficaz dos recursos
disponíveis para a educação

Suborno e prisões em Hollywood

A criação dos filhos de acordo com um plano, como o ataque de um general a um território inimigo, ganhou destaque recentemente. Em Hollywood, estrelas de cinema foram detidas por suborno a universidades renomadas.

“As atrizes Felicity Huffman, indicada em 2006 ao Oscar de melhor atriz por sua atuação em ‘Transamérica’, e Lori Loughlin, conhecida por interpretar Rebecca Donaldson-Katsopolis na série ‘Três é Demais’, foram detidas e estão sendo investigadas por pagar suborno para que seus filhos fossem aprovados no vestibular. Elas deverão ser soltas após prestar depoimentos.”

Ou seja, aqui a estratégia foi garantir aos filhos um assento em algumas das escolas de ensino superior mais prestigiadas dos Estados Unidos, como UCLA e Stanford.

Não sei outros pais, meninos, mas vejo corrupção de todas as formas nesta maternidade e paternidade. A corrupção econômica e moral, principalmente. Querer bem a um filho não deve supor a malandragem e desonestidade. Mas outros pesquisadores talvez tenham a explicação para casos com este de Hollywood.

Outro caso

Lori Loughlin, atriz reconhecida pela série Full House, foi outra que decidiu traçar estratégias para a infância e a adolêscência de suas duas filhas.

Ela se declarou culpada no caso em que foi acusada de subornar uma universidade norte-americana para que as filhas fossem aceitas como estudantes.

Segundo o acordo com a Justiça, ela terá de cumprir cinco meses de prisão, pagar uma multa de US$ 250 mil e ainda enfrentar dois anos de liberdade sob supervisão, além de prestar 250 horas de serviço comunitário.

Uma questão de $$$ economia $$$

Por sua vez, os economistas Joseph Hotz e Juan Pantano se debruçaram sobre o tema desde outra perspectiva. Eles cavucaram estatísticas sociais para encontrar outras respostas.

Em realidade, o que eles queriam saber é: será que pais e mães demonstram a mesma preocupação com a educação dos primogênitos e dos seus irmãos?

“Consideramos um modelo em que os pais impõem ambientes disciplinares mais rigorosos em resposta ao fraco desempenho na escola dos seus primeiros filhos, a fim de dissuadir tais resultados nos filhos nascidos posteriormente. Nós provemos evidências empíricas robustas de que o desempenho escolar de crianças (…) declina com a ordem de nascimento, assim como o rigor das restrições disciplinares dos pais.”

Joseph Hotz e Juan Pantano

Ou seja, estes pais tentam impor uma educação mais rígida aos primeiros filhos. O raciocínio gira em torno da expectativa de que, agindo desta forma, eles consigam esculpir a formação dos filhos primogênitos.

Mas esta determinação um tanto míope dura pouco: o segundo filho, no geral, escapa desta paternidade e maternidade mais contundentes.

“E, quando perguntados sobre como eles reagem quando a criança traz para casa notas ruins, os pais afirmam estarem menos propensos a punir os irmãos dos filhos primogênitos. Juntos, esses padrões são consistentes com um modelo de reputação da parentalidade estratégica.”

Joseph Hotz e Juan Pantano

A economia está, em parte, por trás de tudo isso. Se a estratégia der certo, o futuro da criançada está garantido
– ao menos o financeiro; já o psicológico.. E se não funcionar, pelo menos alguma coisa poderá ser usada nos filhos que chegarem depois.

10 erros de uma paternidade estratégica

Eu vejo, Artur e Bento, muitos erros e pontos frágeis neste tipo de paternidade. De fato, erros que pretendo não cometer no tempo em que estivermos juntos:

  • 1 PATERNIDADE e ESTRATÉGIA não combinam na mesma frase! 😉
  • 2 A paternidade jamais deveria ser pura razão. Ponto
  • 3 Afinal, a paternidade supõe (ou deveria) o diálogo
  • 4 Que direito têm o pai e a mãe de impor um futuro aos filhos?
  • 5 Qual deve ser o preço de uma estratégia para ela dar certo?
  • 6 Os filhos estão segurados contra os prejuízos da paternidade estratégica?
  • 7 Crianças devem (ou deveriam) viver mais pela experimentação
  • 8 Porque disciplina é diferente de submissão
  • 9 Aliás, estratégia é para os negócios
  • 10 Por fim, filhos não são negócios e franquias (ou matrizes de economia)

Eu trabalho todos os dias com estratégias – de vendas, de comunicação, de inbound marketing, ou seja, de uma infinidade de coisas.

E nenhuma delas se parece minimamente com a paternidade.

Porque ser pai é mais sentimento do que razão; é mais experiência do que técnica. Enfim, a relação entre pais e filhos.

Existe paternidade sem estratégia?

Sim. E não.

Sim, porque a experiência de ser pai deveria ser libertadora, nas duas pontas. Pais têm na paternidade a chance de se redescobrirem sem tantas amarras. Para as crianças, é a experiência de aprender com a convivência, desenvolvendo a capacidade de perceber o que seus pais têm de melhor e pior.

No íntimo da paternidade, onde mais se sente, todo pai deveria se dedicar à entrega de deixar ir. De dar às crianças a liberdade de serem o que quiserem ser. De irem para onde quiserem ir. Enfim, de dar a elas o espaço que necessitam para serem elas mesmas.

Isso não quer dizer que a paternidade precise descer a ladeira sem freios. Alguma estratégia deve, sim, existir. Mas não a que busque “rentabilizar” os investimentos feitos. E, sim, a que obrigue todo pai a ser minimamente pai: consciente e presente.

Eu tento fazer, dessa, a minha paternidade estratégica, meninos. Se é a correta ou não só descobriremos juntos lá na frente, quando o futuro chegar.

Aí, quem sabe, conversaremos de corações abertos sobre as melhores (e as piores) escolhas da parentalidade.

Conclusão possível

A paternidade é muito menos sobre os pais do que sobre filhos. E se há uma estratégia por trás é a de que devemos aprender mais com o pequenos do que o contrário. Afinal, são eles que se conectam mais à vida presente à medida que crescem; são eles que trazem o novo para casa.

A paternidade estratégia não seria fazer cálculos de ganhos futuros, mas “realizar os lucros” que já estão sobre a mesa.

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Terra plana e como fugir das fake news https://oquevocefalou.com.br/terra-plana/ https://oquevocefalou.com.br/terra-plana/#comments Fri, 22 Mar 2019 10:01:33 +0000 http://oquevocefalou.com.br/?p=8319 Eu acredito, Artur e Bento, que a Terra é plana. Mas não pela sua forma porque vivemos em uma linda circunferência flutuante no espaço, como mostram inúmeras evidências reunidas pela humanidade e pela ciência há séculos. A Terra é plana pelas platitudes que vemos e ouvimos com tanta frequência ultimamente. A começar pelas pessoas que ...

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Eu acredito, Artur e Bento, que a Terra é plana. Mas não pela sua forma porque vivemos em uma linda circunferência flutuante no espaço, como mostram inúmeras evidências reunidas pela humanidade e pela ciência há séculos.

A Terra é plana pelas platitudes que vemos e ouvimos com tanta frequência ultimamente. A começar pelas pessoas que defendem a ideia de que a Terra é… plana!

Como isso possível? Como evitar as notícias falsas? É isso o que vamos ver juntos…

Sim, meninos, existem pessoas – e elas são cada vez mais numerosas – que juram de pé junto que o nosso planeta é uma grande planície.

Mas como isso é possível? É o que vamos tentar entender. Até porque a minha inquietude de pai não pode deixar isso barato – muito menos a minha paternidade minimamente consciente.

Quem pensou primeiro em Terra plana ou redonda?

Esse assunto é um bom exemplo da época que vivemos, em que platitudes são repetidas tantas vezes que tentam transformá-las em verdade.

Mas voltemos um pouco no tempo…

Foi Pitágoras quem primeiro percebeu que a Terra é redonda. Ele sentiu o cheiro de uma revelação, como quem sente o petricor (cheiro de chuva) e sabe o que é. E isso em 500 a.C.! Ele propôs a seguinte reflexão:

  • A Lua deve ser redonda, pelo que se observa da forma do terminador (a linha que separa a parte iluminada da parte escura quando olhamos o nosso satélite natural) à medida que ela se move em seu ciclo orbital.
  • A forma do terminador indica que a Lua é redonda.
  • Se a Lua é redonda, a Terra também deve ser.

Pitágoras foi provavelmente o pioneiro em tomar partido sobre o tema. Por isso, tentemos imaginar as críticas que recebeu por causa da sua opinião visionária…

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Depois de Pitágoras, mais evidências de que a Terra é redonda

Após Pitágoras, Aristóteles chegou além. Ele aprofundou o argumento contra a ideia de que vivemos sobre uma grande pizza alada perdida no universo. Para isso, dedicou um livro ao assunto, sinal da importância que dava a essa discussão.

“Novamente, nossas observações das estrelas tornam evidente que não só a Terra é circular, como também se trata de um círculo não muito grande. Uma pequena mudança de posição para o sul ou para o norte provoca uma alteração nítida no horizonte”.

Considerado um dos fundadores da filosofia ocidental, ele chegou a criar um modelo próprio para o universo. Ou seja, o cosmos aristotélico. Ele era um gênio, com uma mente muito maior do que o universo que desenhava em suas reflexões.

Campos de estudo de Aristóteles

Lógica
Óptica
Física
Astronomia
Química
Metafísica
Biologia
Psicologia
Retórica
Ética
Musica

Etc.

Mas Aristóteles só foi capaz disso porque observou os sinais, em vez de apenas acreditar em suas convicções sem autocrítica.

Eratóstenes e a altura do Sol

Eratóstenes de Cirene foi outro grande pensador e matemático grego que também se dedicou ao tema. Convencido dos argumentos de Pitágoras e Aristóteles, Eratóstenes seguiu adiante na argumentação. Desta vez, com números além de palavras.

O que você falou? | Terra Plana e Eratostenes
Eratóstenes

Ele percebeu que, ao meio-dia, o Sol sempre se posicionava sobre a cabeça das pessoas em uma das cidades do Egito. Em outra localidade próxima, porém, não acontecia o mesmo. Neste horário do dia, o Sol não atingia uma vertical.

Eratóstenes conhecia a trigonometria, bem a distância entre as duas cidades. Por isso, conseguiu fazer um cálculo aproximado da altura do Sol em cada cidade. Deu no que deu: a Terra não era plana.

“No século 3 a.C., Eratóstenes de Cirena mediu pela primeira vez a circunferência da Terra. Juntamente com o grande astrônomo grego Hiparco, Eratóstenes desenvolveu a linguagem da cartografia em termos do globo terrestre e do sistema de latitude e longitude, usada até hoje.”

O Sol no centro. Nós, em uma esfera

O tempo passou, enquanto as reflexões sobre a Terra redonda deram mais giros. Nicolau Copérnico (1473-1543), astrônomo polonês, concebeu a Teoria Heliocêntrica: o Sol está no centro do Universo!

Universo heliocêntrico Andreas Cellarius
O universo heliocêntrico, por Andreas Cellarius

É certo que mais tarde se descobriria que a nossa estrela não está no centro do Universo, mas do sistema solar. Tudo bem: isso não muda o fato de a Terra ser redonda.

Depois de Copérnico, Galileu Galilei (1564-1642), da Itália, chegou a outras descobertas: ele observou estrelas na Via Láctea e conseguiu enxergar os anéis de Saturno, duas conquistas que fortaleceram o heliocentrismo.

Com tantas mentes brilhantes a serviço da ciência (e muitas outras vieram depois), deveria ser suficiente. Mas, não. A ideia da Terra plana está aí, livre, leve e solta, despertando paixões.

A Terra pode ser plana?

Todas as evidências (e trejeitos da Natureza) mostram que habitamos um planeta redondinho. Há cálculos, fotos, observações, experiências e muito mais sobre a questão. Mas os fatos deixaram de importar para muita gente nesta época meias-falsas-verdades.

E o mais absurdo: estas pessoas aceitam que o Sol, Marte, Júpiter, Saturno etc. sejam esferas. Mas não a Terra!

Para entender suas inclinações para acreditarem que o planeta é plano, precisamos entender a nossa era. Hoje, muita gente desconfia dos dados, abraça a subjetividade, nega cegamente argumentos contrários e espalha o que é falso.

No caso da insistência de a Terra ser plana, fala-se de séculos de conspiração. Durante todo este tempo desde Pitágoras, a verdade estaria sendo escondida da humanidade…

Enfim, não encaixa. Mas, mesmo assim, surgem novos grupos que se negam a ver o óbvio.

Nosso planeta é redondo, então?

Sim, desde muitos séculos, meninos. Desde o tempo em que pessoas com razão e pensamento crítico começaram a observar a natureza.

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Pitágoras deu o primeiro passo. Por isso, abriu uma trilha que outros seguiram depois. E eles conseguiram, sim, mostrar que o nosso planeta é redondo.

Para ver o que eles viram, Artur e Bento, vocês precisam primeiro desenvolver o seu senso crítico. Ou seja, a habilidade de construir as suas próprias conclusões.

Mas, depois disso, devem criar os seus métodos de pesquisa. Hoje, temos muitas fontes de conhecimento ao nosso alcance. Mas elas podem ser usadas para o bem e para o mal.

Tentem, no avançar da sua infância e juventude, explorar as trilhas certas. Algumas dão em lugar nenhum. Mas outras nos levam aos picos mais altos do conhecimento.

E também às planícies curvas. ☺

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Prazer, pai de helicóptero https://oquevocefalou.com.br/pai-de-helicoptero/ https://oquevocefalou.com.br/pai-de-helicoptero/#respond Fri, 22 Feb 2019 11:59:00 +0000 http://oquevocefalou.com.br/?p=8219 Você deveria se fazer esta pergunta ao menos uma vez na vida se deseja ser um bom pai: será que sou um pai de helicóptero? Mas o que isso quer dizer? E qual a sua importância para o significado de ser pai? O termo é muito conhecido lá fora e pouco a pouco ganha mais ...

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Você deveria se fazer esta pergunta ao menos uma vez na vida se deseja ser um bom pai: será que sou um pai de helicóptero?

Mas o que isso quer dizer? E qual a sua importância para o significado de ser pai?

O termo é muito conhecido lá fora e pouco a pouco ganha mais espaço no Brasil. Por isso, é importante entendê-lo para ficarmos de olhos bem abertos 👀 nas nossas atitudes com os pequenos.

O que é um pai de helicóptero? 🚁🧒🚁

Pai de helicóptero é aquele que presta atenção exagerada aos movimentos e dificuldades dos filhos com uma atitude superprotetora. O termo foi usado pela primeira vez pelo médico Haim Ginott, em 1969, no livro Between Parents & Teenagers.

Tende a ser superprotetor, atencioso ao extremo e acha sinceramente que seus filhos estão sempre certos.

Ou seja, esse tipo de pai fica sobrevoando suas crianças em todas as situações e experiências. E quando percebe algum “risco”, pousa imediatemente para prestar socorro incondicional.

Suas expectativas paternas são planejadas, e se encaixam umas nas outras sem pontas soltas ou partes desalinhadas. Sem improvisar ou deixar a relação com os filhos seguir um curso natural, limitam as possibilidades.

Diferentes estudos acadêmicos mostram que esse comportamento tem sérias consequências para os pequenos – inclusive quando eles se tornam adultos.

O que faz o pai de helicóptero: 10 exemplos

Estes pais – ou mães – agem mais como carpinteiros do que jardineiros. Em vez de cultivar, acabam moldando muitas vezes filhos inseguros e com a sensação de serem frágeis.

Pais assim têm algumas características em comum:

  1. Muitas boas intenções (apesar das más consequências que não conseguem enxergar).
  2. A determinação fora do comum de desenhar o futuro dos filhos.
  3. O costume de não deixar passar nada na infância e adolescência.
  4. O zelo parental (em geral excessivo).
  5. A visão de cima para baixo em relação aos filhos.
  6. A determinação de resolver problemas por conta própria (como um dever de casa).
  7. A dificuldade de ver o lado dos pequenos.
  8. A limitação em perceber os próprios erros.
  9. A convicção de que a superproteção é justificável.
  10. A hesitação em entender e aceitar os desejos pessoais dos filhos.

Agora reflita por um momento…

Hábitos como esses parecem justificáveis à primeira vista: a intenção é estar presente e dar uma direção ao crescimento dos pequenos. Afinal, quem melhor do que os pais para guiar o desenvolvimento ao longo da infância até a vida adulta?

Mas é aí que mora o perigo. Cada vez mais, pesquisas e especialistas mostram que sobrevoar a vida alheia é uma atividade muito arriscada.

Tanto para nós pais quanto para os filhos.

“Experts are largely in agreement on this: kids who are always rescued and never allowed to make a decision grow up feeling incapable of doing anything on their own.”

Uma paternidade com turbulência

Os voos deste tipo de criação moldada são arriscados, argumenta quem observa a questão de perto. No longo prazo, há chances muito grandes de que alguém se machuque.

Tanto no céu como na terra.

“The point of parenting should be to grow a child who is capable of taking on adult tasks. I can fully understand coaching a child on how to fill in applications and how to deal with admissions officers. But doing that for the child is misguided and short-sighted. This is not a strategy for long-term well-being.”

Em resumo, ajudar os filhos a viverem experiências compartilhando referências é muito diferente de simplesmente esculpir as etapas e acontecimentos.

Se eu for o pai que tudo sabe e em tudo interfere, Artur e Bento, muito em breve entraremos em conflito. Porque chega a hora de toda criança se transformar em adulto, quando então cai a ficha das falhas de uma paternidade muito presente.

Pode acontecer também de a sua autoconfiança nunca se desenvolver, bem como outras habilidades indispensáveis para as relações. E isso não queremos, tanto eu quanto a sua mãe.

Pelo contrário: o nosso desejo é que vocês – e deveria acontecer com toda criança – sejam capazes de aprender no seu ritmo enquanto vivem suas experiências. Estaremos por perto dispostos a compartilhar o que sabemos, mas sem achar que por isso vocês devem se apoiar somente em nós.

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Mais pai jardineiro, menos superprotetor

Eu fiz um quiz sobre pai de helicóptero para averiguar se sou a mosca chata sobrevoando vocês, meninos. Deu que não, o que me deixa aliviado. Mas isso tampouco me tranquiliza.

Um dos pontos deste tipo de educação onipresente é que, em muitos casos, o helicóptero deixa de chamar a atenção porque todo mundo em casa 🏠 se acostuma.

Porque na correria do dia a dia tanto os pais quanto os filhos podem achar que a sua relação só tem um jeito de acontecer.

Mas o ideal é que ela se desenvolva por outros caminhos. E os principais interessados em que isso aconteça somos eu e a sua mãe. Por isso, devo me fazer sempre algumas perguntas para tentar manter os pés no chão:

  • Deixo vocês saberem o quanto são capazes?
  • Interfiro demais nos seus momentos de descoberta?
  • Sou mais jardineiro do que carpinteiro?

A minha intenção é ser um pai jardineiro, que faz da paternidade um livro aberto em vez de ficar moldando a infância de vocês.

Esse talvez seja o voo mais seguro da minha viagem pela paternidade. 😉

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Como ser um bom pai? Heim? Heim? https://oquevocefalou.com.br/ser-um-bom-pai/ https://oquevocefalou.com.br/ser-um-bom-pai/#respond Sun, 13 Jan 2019 20:00:47 +0000 http://oquevocefalou.com.br/?p=8031 Olhe bem para os seus filhos: apenas eles podem dizer, mostrar e fazer você sentir na pele o que é ser um bom pai que erra menos na paternidade.

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O significado de ser pai é difente do de ser um bom pai. Começando pelo adjetivo, que dá qualidade às coisas. E quando falamos de assuntos relacionados ao desenvolvimento dos filhos, qualidade é justamente o segredo.

Mas como diferenciar um pai de um bom pai? Melhor: de que maneira eu, você e todos os demais podemos ser melhores com os pequenos? Eles merecem, certo?

A ideia aqui é tentarmos encontrar respostas – ou quem sabe mais perguntas. Bote a molecada para dormir, aconchegue-se e vamos nessa…

Pra começar: o que é ser um bom pai?!

Bom, só adjetivo não vale. Os tempos são outros. Assim como o cuidado com os pequenos. Não basta trazer comida para casa, como antigamente. Hoje somos uma maioria que não exerce mais esse papel exclusivamente.

A nossa função evoluiu, como também a complexidade das relações. A educação dos filhos, acompanhar seu desenvolvimento e dividir com a maternidade o dia a dia da molecada é o mínimo. Porque o máximo é o que as novas gerações esperam de nós.

Por isso, se queremos fazer mesmo a diferença, precisamos de conexão. Além de muita disciplina. Não por acaso, escutamos bastante sobre paternidade ativa, educação afetiva, parentalidade etc.

O vocabulário está mais completo. Daí as nossas muitas dúvidas sobre os significados da paternidade.

Síndrome do impostor acontece

Mais de uma vez, podemos nos sentir autênticos impostores da paternidade. Isso porque as crianças têm diversas expectativas não atendidas. Daí a nossa crença interior de que ou estamos errando ou agindo abaixo do potencial.

A síndrome de impostor amplia seu espaço. Porque talvez seja cada vez mais difícil de acreditar na habilidade de ser pai. Dada a atenção que os pequenos merecem, deveríamos adaptar nossas rotinas para que tivessem mais infância. Mas não acontece.

Porque o trânsito está sempre pesado, os e-mails não param de chegar e as contas são pontuais. Enquanto isso, os filhos esperam, na expectativa de conseguir a atenção que desejam.

Sim, talvez sejamos muitos impostores paternos. Fraudes ambulantes.

O que não nos impede de mudar…

Só testando, pais de plantão

No meu caso, tento ser um bom exemplo. Ou referência, pelo menos. E não para ter admiração dos filhos, longe disso. Na falta de um trenamento – porque ninguém treina para ser pai –, o que dá para fazer é ser um pai possível.

Exemplo de um bom pai possível

  • Sabe que não é perfeito
  • E vive bem com isso
  • Se questiona
  • Erra. E erra
  • Tenta evoluir
  • Entende a sua pequenez

O pai possível tenta o seu melhor, mas se vê muitas vezes incapaz de proporcionar uma paternidade minimamente coerente. Apesar das boas ótimas intenções.

Se em um dia sou um paizão, noutro estou para poucos amigos. A paciência que um dia vai longe, escolhe no seguinte. Lembrem-se, meninos, pais são humanos, por mais que escutem a história furada de que papai e mamãe são super-heróis.

Mantenha-se presente

Não usamos capa ou roupa colada. As nossas armas são a tentativa e o erro; a paixão em vez da razão. Com estas defesas muito rudimentares, tentamos nos proteger dos nossos próprios monstros. Às vezes, ganhamos, porém também somos derrotados.

Mas quero ser um bom pai, juro. Principalmente para estar ao lado de vocês, meus pequenos Artur e Bento, neste mundo bagunçado. E cruel, sejamos claros.

Talvez, pais de plantão, essa seja a nossa única função: estar por perto. (mas sem ser um pai de helicóptero, por exemplo). Porque sozinhos tudo fica mais difícil, bem pesado mesmo de carregar.

Como fazer então?

Fácil: reconhecendo os erros.

Porque esse é um sinal de que paramos para refletir. Só encontra os problemas que precisa resolver quem de fato olha com carinho para as suas questões.

E, convenhamos, todos erramos com os pequenos, de uma maneira ou de outra. O desafio é encontrar o tamanho disso, ou seja, a proporção dos nossos equívocos.

Que tal facilitar començando por três principais pontos?

  • Diálogo: você compartilha sentimentos, expectativas e ansiedades com a(o) sua(eu) companheira(o)? Faz o mesmo com os filhos, na medida para a idade de cada um deles?
  • Presença: que não seja apenas física, lógico. Você está presente de fato?
  • Afeto: a questão aqui é se somos realmente o que deveríamos ser. Ou seja, bons pais.

Quem começa por aí já tem muito o que pensar. Afinal, diálogo, presença e afeto formam uma base sólida da paternidade.

Agora, é praticar para ser um bom pai

Pais dedicados se fazem muitas perguntas para tentar aliviar culpas e dormir menos inquietos à noite.

A conversa com a consciência é diária. Afinal, estamos delimitando os espaços de crianças de corações limpos e despejando regras e meias-verdades o tempo todo. Com tanto poder em mãos, devemos no mínimo tentar acertar.

É barra. Puxado. Isso é ser pai. Assim como ser mãe.

E não adianta olhar para trás. Ninguém encontra respostas no passado porque os nossos pais são de outra época. Eles bem que tentaram, e mesmo o que deu certo antes é apenas uma referência hoje, não a cartilha.

Nada está escrito em pedra.

E se acontece como aconteceu comigo de o meu pai morrer cedo, as lembranças que poderiam fornecer alguma ajuda são muito vagas. Quando nos tornamos pais é que entendemos: a paternidade é um gesto de amor solitário.

E carregado de uma tensão que se renova sozinha, sem chavinhas de liga-e-desliga que possamos usar.

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