ciência Arquivo - O que você falou? https://oquevocefalou.com.br/tag/ciencia/ Um blog sem licença-paternidade Fri, 25 Sep 2020 17:51:39 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://oquevocefalou.com.br/wp-content/uploads/2019/03/cropped-o_que_voce_falou_favicon-2-32x32.jpg ciência Arquivo - O que você falou? https://oquevocefalou.com.br/tag/ciencia/ 32 32 Criança altamente sensível e como notar para ser mais pai https://oquevocefalou.com.br/crianca-altamente-sensivel/ https://oquevocefalou.com.br/crianca-altamente-sensivel/#respond Sat, 29 Aug 2020 13:25:13 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=8959 Outro dia, na internet, encontrei uma matéria sobre o cuidado de criança altamente sensível. Não conhecia o termo, mas por ser pai de dois meninos me interessei imediatamente. Afinal, qual criança não precisa de sensibilidade para viver? Porém, o tema é mais sério. E embora ele não tenha a ver necessariamente com os meus pequenos, ...

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Outro dia, na internet, encontrei uma matéria sobre o cuidado de criança altamente sensível. Não conhecia o termo, mas por ser pai de dois meninos me interessei imediatamente. Afinal, qual criança não precisa de sensibilidade para viver?

Porém, o tema é mais sério. E embora ele não tenha a ver necessariamente com os meus pequenos, decidi investigar. Porque ele está relacionado à paternidade e à maternidade. E a como podemos ajudar as crianças no seu desenvolvimento.

Este texto tem a intenção de reunir informações que possam ajudar outros pais. Mas, principalmente, é um convite à reflexão maior de como ser pai na prática. De como muitas crianças podem enfrentar desafios enormes nos seus primeiros anos de vida.

O que é para uma criança ser altamente sensível?

Antes da resposta a essa pergunta, olhe à sua volta… Há luz para os seus olhos, sons que enchem os ouvidos, sensações que só a pele sente… E muitos outros estímulos externos ao seu corpo. Nos seres vivos, a sobrevivência está intimamente ligada à interação com o mundo. Esse é um dos principais presentes da evolução.

Ao longo dos séculos, a espécie humana foi programada para perceber, processar, reagir e se adaptar às interações sociais e físicas com o ambiente. Para o bem e para o mal. Se cada um escuta melhor ou pior, por exemplo, interagir é uma capacidade de maior ou menor intensidade.

Ou seja, cada pessoa tem mais ou menos sensibilidade para o entorno. Portanto, anote aí:

A alta sensibilidade NÃO É uma doença. Ou uma habilidade que você desenvolve com o tempo.

Ela é uma característica inata cada vez mais associada à genética e a outros fatores.

E agora podemos entender o que é isso de ser uma criança altamente sensível. Para começar, estamos falando de Sensibilidade de Processamento Sensorial – SPS (ou Sensory Processing Sensitivity – SPS, na sigla em inglês).

Como a ciência vê a Sensibilidade de Processamento Sensorial (SPS)

A Sensibilidade de Processamento Sensorial (SPS) é “uma característica do temperamento encontrada em cerca de 20% dos humanos, que melhora a capacidade de resposta a diversos estímulos”.

Ou seja, há mais pessoas com SPS do que a população da China.

Isso é o que dizem os pesquisadores Jadzia Jagiellowicz, Arthur Aron e Elaine N. Aron. Eles se dedicam a estudos científicos sobre o tema. Em um deles, concluíram que o SPS está relacionado a uma atividade maior em determinadas áreas do cérebro. Principalmente nas regiões temporais bilateral, medial e posterior, ligadas ao chamado processamento visual de alta ordem.

Na prática, foram os primeiros a identificar um elo com as atividades neurais. Além disso, levantaram a questão de se pessoas com alto nível de SPS (ou alta sensibilidade) processam informações sensoriais de forma mais elaborada do que outras com baixo. E foi Elaine Aron quem criou o termo pessoa altamente sensível.

Sensibilidade de Processamento Individual e meio ambiente
Sensibilidade de Processamento Individual: relação entre corpo e meio ambiente

Como dá para perceber, as descobertas demonstram cada vez mais que a sensibilidade sensorial não é capricho. Muito menos frescura. Em The trait of sensory processing sensitivity and neural responses to changes in visual scenes, esses três pesquisadores dizem:

“Indeed, with good parenting, sensitive or ‘emotionally reac-tive’ children are healthier (Ellis et al., 2005) and ‘reactive’ primates more likely to be troop leaders (Suomi et al., 1991) compared to those without the trait.”

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A alta sensibilidade na infância

Uma criança altamente sensível tem uma atenção muito maior aos detalhes. Enfim, ela reconhece e processa informação de tudo o que está à sua volta em um outro nível. E não deve ser nada fácil.

Por exemplo, tente se imaginar entre duas prateleiras de supermercado. Tantos rótulos, a luz acentuada, o ruído à volta… Talvez para você seja uma situação rotineira. No entanto, pessoas muito mais suscetíveis a estímulos externos vivem a experiência com outra intensidade.

E tudo bem! Mas de novo: o assunto aqui não é uma doença ou deficiência. Pelo contrário. É sobre afeto e carinho.

Portanto, uma criança altamente sensível precisa lidar com o seu desenvolvimento e essa característica. É de se esperar que não se comporte como outras de idade semelhante. Daí a importância do afeto, compreensão e sensibilidade dos pais.

Um dos maiores desafios para os pais é saber reconhecer nos pequenos alguns comportamentos. Afinal, isso é fundamental para o cuidado dos filhos. E a melhor ajuda de profissionais.

Como saber se uma criança é muito sensível?

No seu site hsperson.com, Elaine Aron diz que por mais que nós pais sejamos observadores, devemos estar atentos a algumas possibilidades:

  • As características podem ser confundidas erroneamente com um transtorno;
  • Podem ser vistas como alta sensibilidade, quando não o são em realidade;
  • E podem estar acompanhadas de outras condições pessoais.

De fato, um erro muito comum é confundir o SPS com o Transtorno de Processamento Sensorial – TPS (Sensory Processing Disorder – SPD, em inglês). Esse é um distúrbio neurológico.

Ou seja, o TPS está relacionado aos sentidos. E ao controle motor, além de fazer as informações sensoriais se “misturarem” no cérebro. Por isso, pessoas diagnosticadas com TPS podem se comportar de maneira inesperada em relação aos contextos em que se encontram.

Sensibilidade de Processamento Sensorial (SPS)

Transtorno de Processamento Sensorial (TPS)

Essa é uma distinção muito importante. Embora qualquer conclusão só deva ser tomada com ajuda de especialistas. Mas como exatamente identificar inicialmente atitudes e hábitos que possam dar pistas mais claras?

Perguntas e respostas para diferenciar a Alta Sensibilidade Sensorial de outras condições

As crianças e adultos com uma sensibilidade sensorial mais elevada têm algumas características em comum. Justamente por isso responder a algumas perguntas pode ajudar.

A criança pensa com frequência em para “onde” o mundo está indo?

Esse tipo de preocupação recorrente, como também se perguntar sobre o sentido da vida, é um traço marcante.

Ela tem o costume de pedir para pensar antes de tomar decisões?

E, fazendo isso, toma em geral as melhores decisões? Esse é um hábito comum.

Muitos a reconhecem pode ter boas ideias?

Uma das características de pessoas com alta sensibilidade é justamente a capacidade de propor alternativas fora do comum.

Demonstra uma consciência clara de si mesma?

Essa característica comum também pode estar associada a uma visão pessoal de longo prazo mais definida.

Sente-se sobrecarregada ao lidar com muita informação?

Pode ser uma prática frequente, e acompanhada da sensação contrária. Ou seja, de não ter dificuldade em lidar com estímulos em situações e ambientes menos extremos.

Outros dizem sentir falta da criança em atividades em grupo?

Em vez de isolamento, essa característica tem mais a ver com resguardo. Quem tem alta sensibilidade sensorial pode sentir com mais frequência a vontade de retirar de algumas atividades, mesmo prazerosas.

Muitas vezes ela demonstra maior necessidade de dormir ou descansar?

Esse pode ser um comportamento mais presente do que em familiares e amigos.

Ela com frequência é empática à alegria, gratidão e alívio?

A alta sensibilidade para esses sentimentos nos outros é comum.

Tem muita conexão com os sentimentos dos outro? É capaz de perceber o que estão sentindo?

Em geral, esse é um hábito também bastante presente.

Sente-se mais desconfortável com situações perturbadoras?

A reação costuma ser mais intensa a programas de TV com violência, injustiças, bullying etc.

Percebe mais detalhes mais do que outros?

Exemplos: alguém triste mesmo quando os demais não notam. Ou alguma coisa fora de lugar em um ambiente em que a criança esteve por muito pouco tempo.

Tem muita sensibilidade para sons repetitivos?

Por exemplo: o tic-tac do relógio ou o pinga-pinga de uma gota de água.

Diz o que precisa mudar para que outros se sintam melhores?

Pode ser, por exemplo, um comentário de que um estranho no metrô possa necessitar algo para ter um melhor dia.

O papel do pai e da mãe no cuidado da criança altamente sensível

Como se vê, filhos com essa característica necessitam o básico: carinho, afeto, paciência e atenção. Ou seja, nada além do que toda criança deveria receber de pais e mães – e de toda sociedade, claro.

A sensibilidade ao mundo é algo a toda criança. Mas crianças altamente sensíveis têm relação ainda mais intensa com o mundo.

Efetivamente, mais do que só ver defeito ou deficiência, pais, mães, amigos, parentes, professores e estranhos devem tentar primeiro demonstrar empatia.

A ciência já mostra que essa é uma característica inata. Principalmente, não prejudica em nada a vida em sociedade.

Ao ler sobre pessoas altamente sensíveis aprendi muito. Vi que elas compartilham algo muito importante com os outros: empatia e sensibilidade.

Isso não é ser mais evoluído?

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O que muda com filhos na vida, corpo e carreira dos pais https://oquevocefalou.com.br/o-que-muda-com-filhos/ https://oquevocefalou.com.br/o-que-muda-com-filhos/#respond Fri, 14 Aug 2020 07:16:07 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=8857 TUDO. Isso é o que muda com a chegada dos filhos. Simples assim. E assim de complexo. Porque dar à luz a uma criança é chutar a porta. De bico. Sem chuteira ou chinelo. Ou esmurrar a ponta da faca. Sem ser masoquista, mas porque filhos são para toda a vida. Parece óbvio; não é. ...

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TUDO. Isso é o que muda com a chegada dos filhos. Simples assim. E assim de complexo. Porque dar à luz a uma criança é chutar a porta. De bico. Sem chuteira ou chinelo.

Ou esmurrar a ponta da faca. Sem ser masoquista, mas porque filhos são para toda a vida. Parece óbvio; não é. Acredite. Só deixe de lado os clichês, por favor, como comprar um mocassim ou abraçar o conservadorismo. Paternidade é outra coisa.

Que fique claro: este é um texto de coração aberto para os meus filhos, Artur e Bento, e para outros pais. É um texto sobre como os pequenos mudam a nossa cabeça, corpo e atitude. Prometo ser sincero, com espírito leve. Como toda paternidade deveria ser. Começa assim… 👇

1 – Cabeça: a ciência mostra que filhos mudam o cérebro e as prioridades dos pais

Pai que é pai sabe disso. Como 2+2=4. A paternidade do dia a dia revira, chacoalha e larga no chão cada um de nós. Do jeitinho que os nossos pequenos fazem com os seus brinquedos.

E porque muda TUDO, isso de ser pai exige uma certa sapiência não adquirida – e muitas vezes pouco desenvolvida, sejamos sinceros. 👍 Vários homens até dão os melhores exemplos, mas mesmo semideuses da paternidade erram com os pimpolhos.

Além do turbilhão de reflexões em que nos metemos quando um filho nasce (para o nosso bem e o da humanidade), há as próprias mudanças no organismo. Mas o que muda com filhos no nosso órgão mais criativo?

A ciência encontra cada vez mais pistas de como ser pai significa passar também por transformações no cérebro, como acontece com as mães (sem comparações aqui, por favor). Nos últimos anos, mais e mais trabalhos científicos apontam a possível extensão dos processos.

Antropologia da paternidade: o cérebro se ajeita

No centro das últimas descobertas está um bichinho simpático: o arganaz do campo (Microtus ochrogaster). Os machos dessa espécie de roedor, parente próximo dos camundongos e habitante de regiões na América do Norte, estão entre os pais mais atentos da natureza porque dividem os cuidados dos filhotes com as mamães arganazes. 🤜🤛

Arganaz do campo Microtus ochrogaster
Papai atento da natureza: arganaz do campo (Microtus ochrogaster), por Davi Faria Lima (CC BY-SA 4.0)

O arganaz já era reconhecido como um autêntico monogâmico. Isso devido em parte à influência química dos hormônios oxitocina e vasopressina (que também circulam em nossos organismos) nos seus comportamentos sexuais.

Agora, esse bichinho dá outra lição aos pesquisadores de como a paternidade chega-chegando no 🧠 cérebro 🧠.

“Estudos demonstraram que, quando um arganaz do campo nasce, novos neurônios brotam no hipocampo de seu orgulhoso pai, uma região do cérebro envolvida no aprendizado e na memória. E esses neurônios desenvolvem espinhas dendríticas excedentes, que ajudam as células cerebrais a se conectarem umas às outras. Essas duas mudanças provavelmente acontecem para ajudar os arganazes a identificar e a lembrar da sua prole.”

Trecho de Dad Bods and Dad Brains: The New Science of Fatherhood, da Fatherly

Não é sensacional??? O cérebro se transforma para que os papais arganazes possam LEMBRAR dos seus filhos…

Outros interesses: pais ajustam o foco em geral

O que muda com filhos de outra perspectiva agora… Um estudo diferente demonstrou como pais e homens solteiros reagem a fotos de crianças e imagens provocativas com mulheres.

E o resultado foi este: os papais tiveram uma maior atividade em seus giros frontais médios, no lobo frontal do cérebro, quando viram as fotografias com pequenos (principalmente com carinhas tristes).

Já os não pais acharam isso menos interessante do que as fotos com mulheres. Ou seja, o estudo sugere uma mudança de interesses. Os “instintos” de conquista dariam lugar aos de preservação da espécie por meio de uma maior identificação com crianças.

“Em 2014, [o neurobiologista James] Rilling [que estuda antropologia da paternidade no Emory College] e seus colegas conectaram um grupo de pais e não pais a um scanner cerebral de fMRI. Quando eles mostraram aos homens fotos de crianças, os cérebros dos pais foram ativados nas regiões dedicadas ao processamento de recompensas – com os não pais, foi menos. Quando os pesquisadores mostraram aos homens imagens sexualmente provocativas, no entanto, os cérebros dos não pais se sobressaíram aos dos pais na leitura de fMRI. O que quer que estivesse acontecendo no cérebro dos pais, o estudo sugeriu mudanças nas suas prioridades”.

Trecho de Dad Bods and Dad Brains: The New Science of Fatherhood, da Fatherly

2 – Corpo: a paternidade envolve alterações hormonais além de adaptações no cérebro

Não dê uma de tiozão do churras e solte a piadinha de que ser pai engorda na certa. Isso até pode acontecer se você deixar (e com isso ostentar um “dad bod”, como os americanos e ingleses chamam o corpo de estilo “pai de família”).

“Dad bod” is a male body type that is best described as “softly round.” It’s built upon the theory that once a man has found a mate and fathered a child, he doesn’t need to worry about maintaining a sculpted physique.”

Vox explica o que é um dad bod

A coisa é mais séria. Bem, mais científica, digamos. Antes, a ciência considerava que apenas as mães tinham seus corpos afetados pela maternidade, principalmente devido à gestação e amamentação.

Porém, nos últimos anos, são mais recorrentes os estudos que demostram que o corpo dos papais também é o que muda com filhos.

A testosterona cai, e altera a empatia pelos pequenos

Pais se emocionam porque algo muito importante acontece: os níveis de testosterona, o principal hormônio sexual masculino, vão para o chão. Eles caem como pedra da beirada do penhasco. É a natureza nos preparando, dos bastidores, para o nosso novo papel de cuidar de um recém-nascido.

“Men with lower testosterone are much more sensitive towards their children and empathetic. It makes them motivated to care for their child. If you were to play baby cries to a group of men, those with really high testosterone would probably find it really irritating whereas men with low testosterone would become anxious.”

BBC, e a ciência por trás da paternidade

Além de estimular a sensibilidade às necessidades dos filhos, a queda nos índices de testosterona contribui para a maior capacidade de ter paciência – um bem muitas vezes escasso para quem tem crianças em casa.

Ou seja, a ciência está atenta às transformações que os pequenos causam. E junto com elas há na atualidade toda uma evolução da própria figura do pai na sociedade. Isso porque muitos homens já praticam conceitos como os da paternidade ativa.

3 – Carreira: pesquisas mostram que os pais também reavaliam suas profissões pela paternidade

Você leitor(a), como eu, já deve ter ouvido de tudo sobre carreira e paternidade. Há que diga que filhos só atrapalham o desenvolvimento profissional, enquanto outros veem seus pequenos como vetores de promoções, melhores oportunidades e até retomadas da profissão.

Vai de cada um. E de cada situação e momento de vida.

Mas é certo que algumas pesquisas trazem fatos interessantes de como a molecada estimula reviravoltas nos planos. Um estudo do site de vagas Indeed, por exemplo, revela que “88% dos pais disseram que ter um filho mudou a forma como viam sua carreira, sendo que 87% citaram objetivos de carreira diferentes. E 77% afirmaram ter novas visões sobre a cultura corporativa.”

O bônus da paternidade, e a geladeira na carreira com a maternidade

Muitos dados de recursos humanos mostram que em diversas situações ter filhos não é impedimento para as promoções dos papais. Por sua vez, as mães passam por situações diferentes, em geral. É o que mostra outra pesquisa da Universidade de Massachusetts, em Amherst.

“One of the worst career moves a woman can make is to have children. Mothers are less likely to be hired for jobs, to be perceived as competent at work or to be paid as much as their male colleagues with the same qualifications. For men, meanwhile, having a child is good for their careers. They are more likely to be hired than childless men, and tend to be paid more after they have children.”

Trecho de The Motherhood Penalty vs. the Fatherhood Bonus, do NYT

Já o The Modern Family Index, publicado pelo Working Families and Bright Horizons, demonstrou resultados opostos. Nesta sondagem , divulgada pelo The Guardian, 18% dos pais e mães entrevistados responderam que haviam parado a suas carreiras por motivos familiares. E 10% preferiram recusar ofertas de trabalho ou promoções.

Há de tudo nessa vida. Mas o certo é que a carreira também se transforma com a chegada dos filhos. O que leva a outro ponto: as trocas de comportamentos assim que escutamos o primeiros choro das nossas crias.

4 – Atitude: o que muda com filhos na vida de muitos pais de hoje

Se a mente, a carreira e o corpo mudam, a atitude acaba acompanhando. Para o bem ou para o mal. Em maior ou menor intensidade. O fato é: nenhum pai está imune. Sempre há a fase da negação para alguns, por exemplo, ou aqueles que se recusam a mergulhar de fato na criação dos pequenos.

Mas algo sempre se altera dentro de nós.

O que muda com filhos, nesse sentido, é muito mais do que só ser ou não ser um pai participativo. Tem a ver com redescobrir a própria personalidade, o caráter e o entendimento de si mesmo. Também nesse caso as pesquisas científicas podem ajudar na reflexão de como pais podem contribuir para a redefinição, na sociedade, da própria figura masculina.

“As the researchers expected, men were judged to have significantly more negative traits than the other groups. Dads were viewed more positively than men (and significantly more distinct from men than moms were from women) and seen as more similar to women and moms.”

Trecho de How Fathers Can Change What It Means to Be a Man, da Scientific American

Ou seja, os pais tendem a se diferenciar dos não pais. Claro que não se deve generalizar, mas o fato é que cada vez mais figuras paternas têm se posicionado para combater clichês e vícios do passado da paternidade. Como os do vídeo abaixo. 😎

5 – O pai como um todo: a paternidade vem para empurrar para frente

Seja você um pai presente ou distante. já deve ter entendido que a mesmice e ter filhos são opostos. Por isso mesmo, o que muda com filhos é a nossa incapacidade de sermos os mesmos. Não dá… Impossível.

E isso é diferente de se anular, uma vez que ninguém é obrigado a nada. Mesmo o pai que se afasta da cria tem, no fundo de si, um novo eu com o qual aprender a lidar. Muito bom que seja assim.

Afinal, quem deseja ser o mesmo para sempre? Eu não. Tampouco os meus pequenos.

👦🏻 🧒

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Calor de pele https://oquevocefalou.com.br/calor-de-pele/ https://oquevocefalou.com.br/calor-de-pele/#respond Mon, 02 Apr 2018 16:30:36 +0000 https://oquevocefalou.wordpress.com/?p=7167 A temperatura ideal do corpo humano, entre 36º C e 36,7º C, é controlada pelo hipotálamo, uma área do cérebro que faz o papel de termostato para que os órgãos internos se mantenham a 37º C. Esse é o termômetro que a ciência usa. Uma outra temperatura, a do calor de pele, não se pode ...

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A temperatura ideal do corpo humano, entre 36º C e 36,7º C, é controlada pelo hipotálamo, uma área do cérebro que faz o papel de termostato para que os órgãos internos se mantenham a 37º C.

Esse é o termômetro que a ciência usa. Uma outra temperatura, a do calor de pele, não se pode medir exatamente porque é bem mais quente. Ela atinge primeiro a epiderme, a camada mais superficial da pele, nosso maior órgão. E depois irradia a todas as partes do corpo, até chegar ao coração, que responde ao estímulo com mais batimentos que sentimos imediatamente.

O verdadeiro calor de pele

O coração não se engana, Artur. Ele sabe que o calor de pele é uma fonte de sensações muito saudáveis ao corpo e à mente. Um bem que só experimentamos quando nos abraçamos, apertamos mãos ou simplesmente nos divertimos no parque.

O calor de pele é melhor do que qualquer pílula ou xarope que o médico possa receitar. Nada que venha do consultório se compara ao contato de duas peles aquecidas, um meio de troca de energia que a natureza, nosso melhor laboratório, desenvolveu para nos proteger de males do meio externo.

“Toda vez que recebemos um abraço, nosso corpo recebe uma dose de ocitocina, neurotransmissor conhecido como hormônio do amor. A boa notícia é que, além do carinho, os abraços podem influenciar o sistema imunológico dos bebês.”

Sistema imunológico do bebê agradece cada abraço que recebe, VivaBem

O calor de pele aguça os sentidos, uma reação involuntária em cadeia que nos deixa mais vivos e alertas. Talvez nossos antepassados tenham compreendido que juntos na caverna era mais fácil espantar seus medos porque o frio e os predadores já não conseguiam entrar com a mesma facilidade.

As nossas cavernas

É assim até hoje enquanto vivemos nas nossas cavernas que hoje preferimos chamar de lares. Eu não sei dizer o motivo, mas perdemos a união quando crescemos e saímos de vez da nossa gruta familiar para enfrentar a vida adulta a céu aberto. Onde muitos se gabam de matar um leão por dia.

Os pega-pega nos parquinhos, as brincadeiras de contato nos recreios e os abraços apertados que damos nos nossos pais e mães quando somos crianças começam a diminuir na adolescência. Até que praticamente desaparecerem quando nos tornamos indivíduos em geral desapegados.

Mas falemos de nós, Artur. Na época em que você era muito pequeno, eu podia te sentir inteirinho no meu peito, seu calor somado ao meu pelo contato das nossas peles grudadas. Nesses momentos em que tudo se anula menos o momento, eu fechava os olhos para viver o que nenhuma outra experiência proporciona.

Eu tentarei manter a nossa temperatura sempre elevada. Como deve ser quando há calor de pele. Tentarei que seja assim até os meus últimos dias, sem deixar que o termômetro da nossa relação esfrie avisando que estamos a ponto de uma hipotermia.

Mas entendo que não queira abraços prolongados ou carinhos de aproximação assim que se transformar no adulto que explora longe da caverna. No entanto, peço que se permita voltar a ela algumas vezes a me visitar para nos aquecermos com o calor de pele só nosso de pai e filho.

E se um dia o contato virar algo do outro mundo para você, assista a este vídeo aí abaixo e pratique comigo. 😉

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Sorte entre pais e filhos, o improvável e cocôs de pássaro https://oquevocefalou.com.br/sorte-entre-pais-e-filhos/ https://oquevocefalou.com.br/sorte-entre-pais-e-filhos/#respond Wed, 14 Feb 2018 13:14:44 +0000 https://oquevocefalou.wordpress.com/?p=7044 A sorte entre pais e filhos existe? Melhor: o que é a sorte? Ela pode ser uma linda paisagem no horizonte de quem viaja pela estrada. Ou seja, está ali, quase invisível de tão distante ou rápido que passa. Por isso, é mais uma idealização do que uma coisa concreta. A sorte é passageira. E ...

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A sorte entre pais e filhos existe? Melhor: o que é a sorte? Ela pode ser uma linda paisagem no horizonte de quem viaja pela estrada. Ou seja, está ali, quase invisível de tão distante ou rápido que passa. Por isso, é mais uma idealização do que uma coisa concreta.

A sorte é passageira. E aparece sob condições muito favoráveis, que, às vezes, não conseguimos perceber. Porque vamos acelerados com os olhos fixados à frente, menos atentos ao que passa ao lado.

E esse é um tema interessante para falar com os filhos. Afinal, a paternidade é uma sucessão de bons papos. ☺

A sorte entre pais e filhos no contexto do improvável

A sorte intriga cientistas, escritores e apostadores. Além, é claro, de toda e qualquer pessoa que espera um grande momento transformador na vida. Mas é melhor não contar com ele porque quem para no caminho para esperar, deixa de ver novos horizontes.

Tem mais. Os momentos transformadores, quando surgem, podem ser para o bem ou para o mal. Sim, sorte não é só coisa boa, é o inesperado que podemos gostar ou não. É o cocô de passarinho. 👇👇👇 Ou uma loteria daquelas que só ganha quem não morre de avião.

sorte probabilidade e ciência

O especialista em comportamento humano Richard Wiseman, líder de um laboratório de psicologia experimental, trabalha com a teoria de que as pessoas comumente consideradas sortudas são em realidade as que estão mais abertas ao improvável.

Na mesma analogia que estamos usando aqui, são pessoas que viajam olhando para paisagens em volta.

“And so it is with luck – unlucky people miss chance opportunities because they are too focused on looking for something else. They go to parties intent on finding their perfect partner and so miss opportunities to make good friends. They look through newspapers determined to find certain types of job advertisements and as a result miss other types of jobs. Lucky people are more relaxed and open, and therefore see what is there rather than just what they are looking for.”

Trecho de uma fala de Wiseman

A sorte existe ou é probabilidade?

Eu posso considerar sorte que meus filhos tenham nascido com a saúde.

Do ponto de vista do surgimento da vida e da evolução humana, é enorme, mas enorme mesmo, a probabilidade de que alguma coisa dê errado entre a fecundação e o nascimento. E aqui estão meus pequenos, saudáveis como esperamos que as crianças sejam.

Nesse contexto, a probabilidade tem seu peso. Trevos de quatro folhas são por consenso o símbolo universal de sorte. Bacana.

O motivo é que eles, ao contrário dos demais tipos de trevos, são de uma espécie menos comum. Daí a todos acharem que é sorte encontrá-los no bosque.

Já a ciência, que também procura trevos de quatro folhas nos bosques e tem uma percepção mais apurada das coisas naturais, detesta falar em sorte.

Para ela, encontramos trevos de quatro folhas no bosque por causa da probabilidade, nada mais.

Tão somente probabilidade.

A sorte nos detalhes, e não só nas coisas grandes

Outro ponto ainda: a sorte está nos mínimos detalhes.

Quando um pai tem uma reunião à tarde que acaba mais cedo e vai para casa ainda sob um céu alaranjado de fim tarde, isso, sem dúvida, é sorte.

Quem dá de cara, ao virar a esquina, com uma sorveteria de sabores deliciosos, também tem sorte. No entanto, algumas pessoas pensam diferente e chamam de sorte só o que é grande, como um transatlântico atracando no porto.

Por isso, talvez não se impressionem na mesma medida das suas expectativas.

Mas o ideal é não se preocupar com isso. Porque pais e filhos vão ter muitos momentos de sorte. Ou inesperados. Improváveis. Ou de maiores e menores probabilidades.

Para isso, precisam manter a visão ampla para perceber sua beleza ou feiura, não importa.

Como acontece numa viagem pela estrada, o mais importante é saber admirar as paisagens das planícies, vales e montanhas no caminho. Os pequenos prazeres da vida.

E boa sorte. 😉

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Café com sua mãe https://oquevocefalou.com.br/cafe-com-sua-mae/ https://oquevocefalou.com.br/cafe-com-sua-mae/#comments Sun, 14 May 2017 14:22:42 +0000 https://oquevocefalou.wordpress.com/?p=2612 Não há nada mais sincero, autêntico e espontâneo do que amor de mãe, Artur. É água que acha o caminho ou calor em verão, simplesmente acontece. Varia de mulher a mulher, algumas não conseguem lidar com a maternidade, o que é compreensível, mas o sentimento está bem lá na fibra. What Happens to a Woman’s ...

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Não há nada mais sincero, autêntico e espontâneo do que amor de mãe, Artur. É água que acha o caminho ou calor em verão, simplesmente acontece. Varia de mulher a mulher, algumas não conseguem lidar com a maternidade, o que é compreensível, mas o sentimento está bem lá na fibra.

What Happens to a Woman’s Brain When She Becomes a Mother

Penso que haverá uma explicação mais precisa que a ciência só não achou ainda, um quinto elemento que não é uma enzima ou uma célula, mas está na essência de toda mãe. A genética não daria conta de conceber sozinha algo tão poderoso e intenso. E sabemos do que ela é capaz.

Nos seus quatro anos, você já percebeu o quanto é bom o carinho da sua mãe, a dedicação sem reservas, o atendimento 24 horas e a paciência quase infinita com que ela te acolhe no coração e entre os braços.

Entendo a sua preocupação com o Dia das Mães e o pedido que me fez para juntos prepararmos um café da manhã especial para ela:

Você foi específico, como quem ensina a um aprendiz:

— Vamos precisar de muitas frutas, de vários pães, papai, e de coisas gostosas. É muita coisa.

Conte comigo, Artur. Um café da manhã especial, na forma e no conceito. É oportunidade de demonstrarmos sinceridade, autenticidade e espontaneidade. A quatro mãos, movidos pela mesma alegria.

Conhecer a sua mãe há mais tempo me dá base para um antes-e-depois. Ela terá muito tempo para te falar do que já foi, do tempo em que ela era criança também, motivo pelo qual quero me concentrar em te falar um pouco sobre a sua mãe de hoje, a mulher que conheço no agora.

Meu testemunho: desde o seu nascimento, ela inspira a vida com mais força, a plenos pulmões. Você veio para reivindicar um espaço que só podia estar reservado a você ​desde muito cedo, quem sabe na concepção mesma da sua mãe, reflexo da maternidade que ela pratica.

A sua mãe te ama como a ninguém mais. Ela é mãe, a sua mãe. É nela que você terá muitas respostas que eu e outros não saberemos dar. Ela também vai exagerar, cruzar linhas impostas por você, mas será por bem.

E se algum dia te passar pela cabeça a ideia de falar uma palavra mais forte ou de se afastar por algo que ela tenha feito, mesmo que por uma fração-da-fração-da-fração de um segundo, lembre-se do café da manhã especial que eu e você preparamos juntos.

Volte a este post para escutar de novo – e mais uma vez – a sua voz de criança dizendo a ela da nossa intenção de preparar um desjejum.

Porque a sua voz de criança, assim como o amor que ela sente por você, é das mais sinceras, autênticas e espontâneas.

https://youtu.be/FWBQNxZNhK4?t=7m58s

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