rotina Arquivo - O que você falou? https://oquevocefalou.com.br/tag/rotina/ Um blog sem licença-paternidade Thu, 04 Mar 2021 20:44:11 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://oquevocefalou.com.br/wp-content/uploads/2019/03/cropped-o_que_voce_falou_favicon-2-32x32.jpg rotina Arquivo - O que você falou? https://oquevocefalou.com.br/tag/rotina/ 32 32 Ser pai na pandemia https://oquevocefalou.com.br/ser-pai-na-pandemia/ https://oquevocefalou.com.br/ser-pai-na-pandemia/#respond Mon, 01 Feb 2021 23:34:17 +0000 https://oquevocefalou.com.br/?p=9433 Ser pai na pandemia pode ser uma oportunidade ou um desperdício da paternidade. Depende das escolhas que fizermos enquanto durar este momento esquisito da humanidade. Se escolhemos tirar proveito da situação, curtindo mais de perto os nossos filhos, então talvez seja a maior oportunidade das nossas vidas em muito tempo. Mas se decidimos encarar como ...

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Ser pai na pandemia pode ser uma oportunidade ou um desperdício da paternidade. Depende das escolhas que fizermos enquanto durar este momento esquisito da humanidade.

Se escolhemos tirar proveito da situação, curtindo mais de perto os nossos filhos, então talvez seja a maior oportunidade das nossas vidas em muito tempo.

Mas se decidimos encarar como um problema, aí é desperdiçar as chances de transformar a relação com os filhos para melhor.

Esse post é a uma tentativa de ver a coisa toda pelo lado positivo. E de desvendar quais podem ser as vantagens que o “novo normal” traz para nós pais.

A oportunidade de ser pai na pandemia

Responda sinceramente: tirando as mudanças práticas no dia a dia, como o home office e a vida mais enfurnados em casa, o que mais mudou no seu papel de pai?

De ruim, talvez só as coisas práticas, como o cansaço, a impaciência e a divisão de tempo menos clara entre o cuidado dos pequenos, a relação a dois e a rotina da casa.

Mas, na essência, nada deveria ser diferente. Afinal, seus filhos são os mesmos de sempre e o seu amor por eles continua igual, certo?

Ou seja, ninguém espera mais do que o que você já deveria ser: um pai dedicado. 😉

Por isso, ser pai na pandemia é mais do mesmo. E a boa notícia é que dá para tirar proveito, apesar dos pesares. 

Não tem receita de bolo para ser pai na pandemia

O tal “novo normal” trouxe mais intensidade a tudo, mesmo para as coisas mais banais, como comprar comida.

E isso é verdade também nas relações humanas, afinal estamos muito próximos (dentro de casa) e distantes ao mesmo tempo (videochamadas).

Uma maluquice sem tamanho, mas a maluquice que tem para hoje. O relacionamento com os filhos entra nessa conta.

Ou seja, o que já não tinha receita (ser pai), agora está ainda mais incerto (ser pai na pandemia).

O mundo está de pernas para o ar, girando no espaço e com a gente dentro.

Por isso, a paternidade também está mexida e tentando se encontrar em meio à nova realidade.

É certo que já deu para aprender alguma coisa: a arrumação perfeita da casa pode esperar; as crianças adoram ter os pais mais em casa; o trabalho parece não ter mais ponto; etc.

E esse aprendizado de quase um ano desde que a pandemia começou ajuda agora a vitaminar a paternidade.

Uma rotina familiar redonda

Um primeiro passo para aproveitar melhor a paternidade nesse momento é ter uma rotina minimamente definida. Já que passamos mais tempo em casa, com mais ansiedade, ter uma organização faz toda a diferença.

Alguns exemplos de rotina familiar são:

  • Combinar entre todos os horários da casa (refeições, banhos, hora de dormir, estudos etc.);
  • Divisão clara de tarefas (pôr e tirar a mesa das refeições, recolher o lixo, arrumar os brinquedos etc.);
  • Hora de brincar mais clara para os pequenos;
  • Tempo para exercícios (e gastar energia);
  • Definição de momentos coletivos (comidas, contar histórias, brincadeiras etc.)

Com uma rotina familiar bem definida, os pequenos têm mais facilidade de entender as coisas e nós podemos aproveitar melhor o tempo com eles.

Uma dedicação de verdade aos filhos

A dedicação aos filhos é talvez o calcanhar de Aquiles desse desafio de ser pai na pandemia.

Afinal, agora estamos mais unidos fisicamente e isso precisa se refletir de verdade em uma maior intensidade no relacionamento com os filhos.

De nada adianta não ter mais que perder horas no trânsito se você não consegue desligar o computador (ou a cabeça) depois do expediente. Sim, é certo que parece fácil dizer, mas devemos prestar atenção a esses pontos.

Com os pais em casa, as crianças esperam mais porque elas nunca tiveram essa oportunidade. Por isso, precisamos tentar realmente aproveitar o que o confinamento pode proporcionar.

Precisamos nos fazer algumas perguntas:

  • Dei mais qualidade à minha paternidade desde o início dessa crise global?
  • Já consigo conciliar melhor o tempo de trabalho com o da família?
  • Os pequenos se sentem mais acolhidos?
  • As crianças se sentem estimuladas, apesar das mudanças na rotina?

Essas são algumas das reflexões que todo pai deveria se fazer para revisar a dedicação aos filhos.

Porque temos uma ótima oportunidade de tirar proveito do momento, ou seja, melhorar a paternidade.

Home-office sem estresse

O trabalho em casa é um dos motivos mais citados por pais e mães que têm dificuldade para dar atenção aos filhos desde de que a crise começou.

E as notícias refletem isso:

Procura por babás aumenta 30% durante a pandemia

Sem escola, mais de 1,5 milhão de crianças estão em casa há 9 meses em SP

Também nesse caso é possível ver a situação de maneira positiva.

O home-office é intenso, cansativo e intrometido. Afinal, ele não respeita horários em vários momentos do dia e pode atrapalhar muito a rotina da família.

Não são raros casos de pessoas que passam manhãs e tardes inteiras passando da videoconferência para videoconferência por causa do trabalho remoto. E isso impacta na paternidade e na maternidade, claro.

Por isso, é importante também tentar colocar em prática melhores hábitos do home-office:

  • Ter instantes de descanso entre as reuniões;
  • Fechar a câmera para se alongar ou mesmo caminhar enquanto participa das videoconferências;
  • Cuidar da ergonomia (cadeira ideal, mesa apropriada e iluminação adequada, por exemplo);
  • Não se irritar com as interrupções dos pequenos;
  • Respeitar os horários de começo, almoço e fim do expediente;
  • Todo mundo sabe que não é fácil colocar tudo em prática.

O ideal é tentar encontrar o melhor equilíbrio para o trabalho remoto não ser o grande vilão da sua rotina familiar.

Essa mamata vai acabar

Como assim mamata? Desde quando ser pai na pandemia é uma mamata?

Não é, mas ter a oportunidade de estar efetivamente mais próximo dos filhos é, sim, uma novidade que não deve ser desperdiçada.

É muito provável que o mundo se recupere neste ano ou no próximo. As velhas ideias de todos trabalhando no escritório, tendo que se deslocar para isso, podem voltar. E, com elas, a rotina manjada de antes, em que estar juntos era mais difícil.

Agora que já foi possível aprender a viver mais em casa, trabalhar de casa e cuidar dos filhos em meio a tudo isso… Por que então abrir mão?

A melhor relação entre pais e filhos, o desenvolvimento das crianças mais conectado aos pais e a paternidade com home office são realidades agora.

E se custou tanto a aprender nos últimos meses, então melhor aperfeiçoar em vez de abrir mão, certo?

E sem esquecer: são os filhos que agradecem. 😉

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O recomeço https://oquevocefalou.com.br/o-recomeco/ https://oquevocefalou.com.br/o-recomeco/#respond Sun, 19 Aug 2018 16:28:50 +0000 https://oquevocefalou.wordpress.com/?p=7478 A vida dá muitas cambalhotas. De tanto observar, a gente aprende a rolar junto com ela e a ficar de pé. Mas nem sempre é assim. Algumas vezes é mais difícil manter o equilíbrio sem se machucar. É quando precisamos de um recomeço. As piruetas mais difíceis causam dores insuportáveis em algumas pessoas, que preferem ...

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A vida dá muitas cambalhotas. De tanto observar, a gente aprende a rolar junto com ela e a ficar de pé. Mas nem sempre é assim. Algumas vezes é mais difícil manter o equilíbrio sem se machucar. É quando precisamos de um recomeço.

O que você falou? | O recomeço

As piruetas mais difíceis causam dores insuportáveis em algumas pessoas, que preferem interromper o movimento para se recolher de vez. Sem mais piruetas, sem mais o que pensar.

O recomeço da Katie

Katie é uma dessas pessoas. Não a conhecemos, Artur, mas sabemos da sua história. Aos 18 anos, ela confrontou seu namorado sobre uma outra jovem que pudesse estar se relacionando com ele. Foi o suficiente para o rapaz terminar com Katie, que, em ato de desespero, trancou-se no banheiro de casa com um rifle, pôs a ponta do cano sob o queixo e disparou contra si. O seu rosto desapareceu imediatamente, mas seu coração teimou em bater.

Katie teve o seu recomeço – a recuperação foi seguida de uma longa tentativa de reconstrução do seu rosto, envolvendo um elaborado transplante de face que deu a Katie uma nova personalidade e a possibilidade de ser a pessoa mais jovem a receber este tipo de tratamento nos Estados Unidos.

Os recomeços exigem o mesmo esforço – ou maior – das cambalhotas mais complicadas da vida. Com o detalhe de que, no recomeço, você precisa reunir forças imediatamente após a pirueta, e com as dores que já sente, para seguir em movimento. Katie fez isso, como pôde. Talvez tenha aperfeiçoado sua técnica no processo, talvez não.

É do que precisamos falar. Você, eu, sua mãe, todos caímos quando começamos a tentar andar. Ninguém escapa. É bom que seja assim para entendermos, desde cedo, que tudo é um aprendizado. O recomeço tem disso. Ele ensina a andar melhor, a dar cambalhotas sem os maus jeitos das anteriores.

E como todo aprendizado exige força de vontade, recomeçar custa mais do que parar. Lembre-se de que a vida é uma grande repetição, ainda que as viagens, as férias e todos os momentos que interrompem a rotina façam você pensar diferente. O recomeço é um esforço a mais dentro da rotina.

A sua mãe

A sua mãe vive um momento especial de recomeço como a Katie, com a diferença de que, no caso da mamãe, o recomeço veio depois de um regalo da vida, e não de uma visita da morte interrompida a tempo no banheiro. Com a mamãe, estamos conseguindo ser ainda mais valentes, a enfrentar o que ninguém quer por perto, mas que está aí para grudar na gente às vezes.

Isso é recomeçar, Artur; dar uma cambalhota mais elaborada, se apoiar e erguer o corpo com o tronco firme. Cansa bastante, assim como o dia a dia que sempre chega, sem falta, com as mesmas manias irritantes. Mas fazer o quê? Aqui estamos, do começo ao fim. E recomeçando, sempre que der e quisermos.

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Estrelas cadentes https://oquevocefalou.com.br/estrelas-cadentes/ https://oquevocefalou.com.br/estrelas-cadentes/#comments Sun, 26 Nov 2017 13:00:21 +0000 https://oquevocefalou.wordpress.com/?p=6961 Nossos corpos balançavam com o molejo do ônibus, como se ele fosse de brinquedo e uma criança o levasse por montanhas imaginárias de curvas sinuosas, do jeito que você faz, Artur, com o seu coletivo de plástico vermelho-vivo. Nesse ônibus em que eu vagava entre o real e o fantasioso, percebi uma pessoa que levava ...

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Nossos corpos balançavam com o molejo do ônibus, como se ele fosse de brinquedo e uma criança o levasse por montanhas imaginárias de curvas sinuosas, do jeito que você faz, Artur, com o seu coletivo de plástico vermelho-vivo.

Nesse ônibus em que eu vagava entre o real e o fantasioso, percebi uma pessoa que levava entre as pernas, esforçando-se para mantê-lo em pé, um guarda-sol verde e amarelo cuja ponta quase tocava o teto. A quais pessoas esse guarda-sol ofereceria sombra? Elas agradeceriam pela guarida?

Nossos corpos continuavam a chacoalhar, um para-lá-e-para-cá que fez o guarda-sol parecer um pêndulo, ocupação temporária que ele dominou com elegância, cativando ainda mais a minha atenção além de suas cores, tamanho e presença tão deslocada dentro de um espaço em que as pessoas já se sentem encolhidas, imagine ele, fechado sem quase caber ali apoiado contra a janela.

O que fazia eu nesse ônibus a observar o guarda-sol com tamanha impertinência? Nada, Artur, confesso. E justo por isso tive o reflexo necessário para agarrar esse escapismo fugidio da rotina – um encantamento como tantos outros que deixamos passar porque não os vemos no momento exato.

Eu bem poderia só pensar no trabalho, no trânsito, no quanto os ônibus da nossa cidade são ruidosos e estão sempre fatigados de quase parar a viagem nas subidas por falta de fôlego, mas por algum motivo decidi olhar para o lado com um pouquinho mais de abstração, encontrando esse inusitado visitante de pau e lona no coletivo mambembe de todos os dias.

A vida tem dessas surpresas, Artur, muito fugazes e esguias, mas que guardamos na memória se temos a sorte de repará-las, como acontece quando flagramos estrelas cadentes correndo velozes no ar da noite.

Tente encontrá-las no firmamento ou guarda-sóis fora de lugar. Recolha-se de vez em quando da mesmice para perceber no céu e na terra essas migalhas de magia que como trilhas de pistas deixadas pela vida podem te levar a limites desconhecidos da sua percepção.

“O sótão era um bom lugar para esses papéis, aquela cumeeira aceleirada da casa — grande como um palheiro — com suas vigas e remos e telhas e velas esgarçadas e móveis quebrados e chaminés estropiadas e marimbondos e vespas e candeeiros obsoletos espalhados pelo chão como ruínas de uma civilização extinta e com uma atmosfera extraordinariamente perfumada, como se algum Wapshot do século XVIII, bebendo vinho madeira, comendo nozes numa praia ensolarada e pensando na mudança da estação, houvesse tentado capturar o calor e a luminosidade num frasco ou num cesto e deixado seu tesouro no sótão, pois ali era o lugar do aroma do verão sem sua vitalidade; ali parecia haver luzes e sons de um verão preservado.”

A crônica dos Wapshot, de John Cheever

Quando me dei conta, entre um sacolejo e outro do ônibus, estava imaginando que amigos compartilhariam uma longa comida e uma deliciosa conversa sob aquele guarda-sol verde e amarelo aquecido pela tarde luminosa de um sábado qualquer.

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