O estresse se tornou um símbolo da nossa época, e mais ainda desde que passamos a viver basicamente dentro de casa. Mas o que dizer do estresse infantil? Ou do chamado estresse tóxico?
O que eu não sabia é que existem diferentes escalas reconhecidas de estresse. E que uma delas até contribui para o desenvolvimento das crianças.
Vamos descobrir juntos nesse texto como isso acontece e de maneira esse conhecimento pode ajudar na paternidade.
Tudo o que mexe com os filhos nos preocupa. Desde questões do físico, como as etapas de crescimento, às da cabeça, como o estresse e a ansiedade, passando pelas nossas próprias inseguranças de pais.
Isso porque sabemos que os pequenos passam por muitas experiências no seu desenvolvimento. E que esse caminho da infância à vida adulta tem momentos bons e ruins.
O estresse infantil é, em geral, um subproduto dos ruins, embora ele não seja um vilão por completo. Isso porque existe falta de conhecimento ou muito preconceito contra ele também.
Há partes no estresse que, sim, são necessárias e contribuem para o amadurecimento da criança.
E isso é algo que a ciência descobriu há tempos e estuda ainda hoje. Ou seja, precisamos ver os dois lados dessa história para sabermos mais sobre o estresse e sermos melhores pais.
Hans Selye, endocrinologista e primeiro estudioso que tentou encontrar uma base conceitual para o tema, definiu estresse como a resposta inespecífica do corpo a qualquer demanda, seja ela causada por ou resultado de estímulos agradáveis ou desagradáveis. Mas…
O estresse não tem uma definição universal porque é difícil medi-lo e porque existem, ainda hoje, interpretações diferenciadas sobre ele, segundo o Instituto Americano do Estresse (AIS, na sigla em inglês).
Uma das definições mais aceitas sobre o estresse é de que ele é um “esforço ou tensão física, mental ou emocional”. Já outra maneira de definir diz que é “uma condição ou sentimento de quando a pessoa sente que suas demandas excedem suas capacidades pessoais e sociais”.
“A maioria das pessoas considera a definição de estresse como algo que causa sofrimento. No entanto, o estresse nem sempre é prejudicial, pois o aumento do estresse resulta em aumento da produtividade.
Uma definição de estresse também deve incluir esse tipo de estresse saudável, que geralmente é ignorado quando você pergunta a alguém sobre sua definição de estresse.”
Instituto Americano do Estresse (AIS)
O fato é: independentemente do nome que a gente dê, esse é um coleguinha diário nas nossas vidas, que aparece às vezes sem avisar. Por isso é tão importante, como pais interessados que somos, entendermos como o estresse afeta a nossa saúde.
No vídeo abaixo, por exemplo, podemos ver melhor como ele atua no corpo e os efeitos disso para todos nós – adultos e crianças. 😉
Sim, existe o estresse bom e o mau, e ambos causam reações comportamentais, fisiológicas e emocionais:
A principal diferença entre os dois é a carga emocional porque o primeiro nos deixa motivados, enquanto o outro nos faz sentir intimidados, por exemplo.
Mas uma definição mais completa deve incluir outros dois tipos de estresse:
Os cientistas tentam compreender o estresse de uma maneira cada mais abrangente, uma vez que estamos todos conectados a sociedades, relações e condições médicas cada vez mais complexas.
O modelo biopsicossocial é uma maneira mais completa de ver o estresse infantil e adulto.
Isso porque ele abrange fatores psicológicos, biológicos e sociais. Daí o motivo de, em muitas pesquisas, os cientistas considerarem, por exemplo, a classe social como um dos prováveis motivos para as pessoas serem mais ou menos estressadas.
Os especialistas levam anos estudando a anatomia do estresse e seus efeitos. E isso é muito importante porque ele participa ativamente da vida moderna.
E ainda mais quando não podemos sair tanto de casa, as crianças já não frequentam a escola como antes e o trabalho agora é no quarto ou na sala.
Por tudo isso, as crianças podem estar mais sujeitas a situações menos amigáveis à infância.
O estresse no início da vida é um fator de risco para uma série de problemas psicológicos e físicos, desde transtornos de humor a doenças cardiovasculares, por exemplo.
Mas quando os pequenos vivem em um entorno acolhedor, com suporte de adultos, os efeitos fisiológicos são atenuados.
Ou seja, é fundamental darmos carinho, empatia e apoio para a molecada para que o estresse não seja um obstáculo ao seu melhor desenvolvimento.
Para isso, é fundamental entendermos os três tipos de respostas do organismo ao estresse, segundo o Centro da Criança em Desenvolvimento, da Universidade de Harvard:
Quanto maior o grau e tempo de exposição a condições que podem levar ao estresse, maiores as chances de a criança desenvolver condições adversas.
Também nesse caso, os cientistas levam anos estudando como o estresse parental pode afetar as crianças. Principalmente porque somos a grande referência dos pequenos, que tendem a assimilar nossos hábitos e manias.
Não por acaso, pequenos com sinais de estresse, como manias, tiques ou sintomas físicos, podem ser melhor ajudados se seus pais cuidarem de si mesmos.
Por isso, aqui estão algumas dicas do Counselling Directory, do Reino Unido:
Pais e mães dedicados que somos, sabemos que às vezes é preciso buscar ajuda de especialistas. Um dos jeitos mais acessíveis é pelos livros. Veja abaixo algumas sugestões de leitura sobre o tema:
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